Se levantam os Mares, as Nuvens e as Águas enfurecem
A Grande Revolução Cultural Proletária começa, China Maoísta de 1958 até 16 de Maio de 1966.
Parte 1 : http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-1/
Parte 2: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-2/
Parte 3: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-3/
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Parte 5: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-5/
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Parte 7: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-7/
Parte 8: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-8/
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Intenções Maoístas e Grande Salto pra Frente
Pra entender a Revolução Cultural, é necessário entender o Grande Salto pra Frente. Todas as lutas de poder, avanços ideológicos e práticos da Revolução Cultural tiveram sua origem no Grande Salto. A Revolução Cultural foi o segundo maior esforço dos maoístas pra avançar a sociedade chinesa pros níveis mais altos de socialismo. Se a Revolução Cultural é Maoísmo 2.0, o Grande Salto é Maoísmo 1.0. O Grande Salto pra Frente durou mais ou menos de 1957 até 1961. Foram anos impregnados de contradições. Dentro desse Grande Salto, como no próprio Partido Comunista da China, tinham tendências diferentes, tanto comunistas como capitalistas, [que, na época, se representavam pelas facções] Maoístas e revisionistas. Ele começou quando movimentos espontâneos de coletivização em 1957 apareceram no interior da China. Eles foram aproveitados por Mao, apesar da oposição, pra lançar um esforço nacional pelo avanço da China, especialmente na economia. A ideia de desenvolvimento dos maoístas tinha intenção de melhorar o experimento socialista soviético. Às vezes, os planos maoístas rompiam totalmente com os modelos passados. Outras vezes, apesar da retórica deles, os maoístas só repetiram práticas soviéticas. Tinha vezes que eles passavam pelos mesmos problemas que os soviéticos passaram. Mas o que é importante é o impulso científico pra reconhecer as falhas do passado, tentar alguma coisa nova pra avançar a Revolução ainda mais. Mesmo que as aspirações deles nem sempre virassem realidade, mesmo que tivessem problemas profundos, ainda temos muito a aprender com o exemplo deles, mesmo sendo nossa a obrigação de ir além do passado, além do Marxismo-Leninismo e do Maoísmo. Comunismo Luz-Guiadora é o futuro, não o passado.
Andar sobre Duas Pernas, Energia do Povo, Martelar enquanto o Ferro está Quente
A política econômica do Grande Salto era a de “Andar sobre Duas Pernas.” Isso quer dizer que, diferente da industrialização soviética sob os Planos Quinquienais de Stalin, que favoreciam a indústria pesada prejudicando a indústria leve, os chineses queriam favorecer as duas indústrias. A Indústria Leve contava mais com o fator humano que a Pesada. E os maoístas acreditavam que a Energia do Povo, especialmente com a imensa população chinesa, poderia suprir a falta de capital. A Descentralização Geográfica também é associada com a indústria leve. Provavelmente o caso mais famoso dessa Descentralização Geográfica e foco sobre a Indústria Leve seja a tentativa fracassada de fazer aço em “Fornalhas de Quintal.” Mesmo essa tentativa sendo um fracasso bem conhecido, outros esforços pra evitar o uso de produção superconcentrada em grandes pólos industriais criando, no lugar deles, pequenos e médios pólos geograficamente descentralizados, tiveram sucesso. (1) (2) Essa nova visão econômica avançou também as maiores objetivos revolucionários de longo-alcance. Por exemplo, na China as cidades eram historicamente centros de poder, onde a produção excedente era canalizada pra virar consumo doméstico de luxo ou exportação pra potências imperialistas. Por causa disso, ainda que o campo fosse a fonte de grande parte da riqueza da China, ele ocupava uma posição desigual na estrutura de poder, comparado com a cidade. Uma das várias dimensões políticas do modelo maoísta de desenvolvimento econômico era a de que ele tentava resolver a contradição entre campo e cidade equalizando a produção entre eles, tentando fazer o poder e a importância deles ser mais igual. É por isso que as políticas maoístas procuravam mudar a Infraestrutura Econômica herdada do passado feudal e colonial da China. O modelo maoísta não se contentava só em aumentar a produção; queria também avançar objetivos revolucionários.
As políticas maoístas ainda se diferenciavam das políticas soviéticas de outras maneiras. A industrialização soviética exigia grandes sacrifícios em nome do povo com a promessa de que a austeridade e a disciplina de agora seriam recompensadas no futuro. Então, o consumo era reduzido pra garantir que as reservas econômicas excedentes fossem aplicadas em investimento industrial, que prometia devolver uma qualidade de vida melhor no futuro. Ao contrário disso, o foco maoísta “nas duas pernas” era ligado a uma atitude mais balanceada em relação consumo. Por causa disso, a estratégia maoísta procedeu com um método mais gradual de coletivização, às vezes até sem necessidade, que o do governo Stalin. Manter esse balanço facilitava a manutenção da aliança operário-camponesa durante o desenvolvimento e a coletivização. O foco soviético em indústria pesada nasceu da necessidade. Stalin previu corretamente que, ou os soviéticos se industrializavam, ou seriam enterrados pelos imperialistas. A Segunda Guerra Mundial se aproximava. Os maoístas, por sua vez, tiveram oportunidade de focar nas duas pernas, andar com as duas. Por isso que o Partido Comunista Chinês, com seu gradualismo e foco na manutenção de níveis mais balanceados de consumo, não sacrificou sua relação com a classe camponesa na transição pros níveis mais altos e socialismo. Os chineses puderam contar mais com a linha de massas pra levar o povo pra frente. Os soviéticos, por outro lado, tiveram que usar métodos mais comandistas. Mas apesar de dessa aliança com o campesinato ter se enfraquecido nos períodos de falhas e crises, em geral, os camponeses da China continuaram tendo grande confiança no Partido.
A imensidão da classe camponesa da China era a chave da visão maoísta. Os maoístas herdaram uma China que era economicamente atrasada. Antes de tomar o poder, Mao disse que “duas montanhas” pesavam nas costas da China: feudalismo e imperialismo. O regime econômico anterior da China era um tipo de subdesenvolvimento onde o sistema global de capitalismo imperialista se fundia com o feudalismo local pra explorar e controlar melhor o povo e os recursos [não muito diferente de vários países do Terceiro Mundo de hoje, incluindo o Brasil]. Mao chamou isso de “semi-feudalismo.” Pra acabar com esse retrocesso, uma visão foi criada pra se ajustar com a realidade da China. O Grande Salto abraçou o princípio maoísta de que “uma coisa ruim pode virar uma coisa boa.” Por causa disso, o atraso social do interior da China não era necessariamente uma desvantagem. A enorme população da China era um grande oceano de Energia do Povo e criatividade que afogou as instituições feudais e coloniais. A China tinha uma imensa área rural cheia de pessoas esperando pra serem libertadas:
“Sem falar das outras características deles, a coisa mais notável das 600 milhões de pessoas da China é que eles são ‘pobres e analfabetos.’ Isso pode parecer uma coisa ruim, mas na verdade é boa. A pobreza faz crescer o desejo de mudança, o desejo de agir e o desejo de revolução. Sobre um papel em branco livre de qualquer marca, as letras mais frescas e mais bonitas podem ser escritas, os desenhos mais frescos e mais bonitos podem ser desenhados.” (3)
E:
“As massas têm Poder Criativo sem limite. Elas podem se organizar e se concentrar em lugares e linhas de trabalho onde conseguem fazer uso livre da própria energia; elas podem se concentrar na produção com largura e profundidade e fazer mais e mais esforços pelo próprio bem-estar.” (4)
Os maoístas sempre defenderam que o povo era a fonte suprema de força. Os maoístas podiam agora liberar uma grande inundação de Energia do Povo pra contornar a falta de capital e desenvolvimento da China. Essa onda de Poder do Povo guardava a esperança de fazer a China ir pra frente num grande salto. A atividade de massa – mobilizações de massa disciplinadas, militarização da sociedade, campanhas de agitação e propaganda, campanhas contradireitistas, campanhas culturais, educação melhorada – foi feita pra favorecer o desenvolvimento econômico e subir o nível da sociedade em todas as áreas. As massas, lideradas pelos comunistas, completariam a revolução sobre o feudalismo e o capitalismo comprador rumo à Nova Democracia, ao socialismo e, finalmente, ao comunismo.
O otimismo sobre a habilidade das massas se expressava nas declarações maoístas de que “as massas fazem a história” e “as massas são os verdadeiros heróis.” Provavelmente a expressão mais famosa da confiança maoísta no Povo seja a parábola “O Velho Homem Tolo que Removeu as Montanhas”, escrita por Mao Zedong no começo de 1945:
“Nós temos também que aumentar a consciência política de todo o povo pra que ele possa, com muita vontade e muito orgulho, lutar ao nosso lado pela vitória. Devemos incendiar [o coração de] todo o povo com a convicção de que a China pertence não aos reacionários, mas ao povo chinês. Temos o antigo conto chinês chamado “O Velho Homem Tolo que Removeu as Montanhas.” Ele nos fala de um homem velho que vivia no norte da China a muito, muito tempo atrás e era conhecido como o Velho Tolo da Montanha do Norte. A casa dele ficava de frente pro sul e atrás de sua porta de entrada estavam os dois grandes picos, Taihang e Wangwu, atrapalhando o caminho. Ele chamou os filhos, e com enxadas na mão eles começaram a cavar essas montanhas com muita determinação. Outro homem de barba grisalha, conhecido como o Velho Sábio, viu eles e disse em tom de gozação: “Que bobagem de vocês fazer isso! É absolutamente impossível pra vocês três cavar essas duas montanhas enormes.” O Velho Tolo respondeu, “Quando eu morrer, meu filhos vão vão continuar o serviço; quando eles morrerem, serão meus netos, e então os filhos e netos deles, e assim por diante até o infinito. Seja qual for a altura que eles cavarem, as montanhas não poderão crescer de volta e pra cada pedacinho que nós cavamos a montanha fica esse pedaçinho menor. Por quê nós não poderíamos tirar elas de nosso caminho?” Depois de refutar o pensamento errado do Velho Sábio, ele foi adiante escavando todo dia, com convicção inabalada. Deus ficou tocado por isso, e mandou descer dois anjos, que carregaram as montanhas pra longe nas costas deles. Hoje, duas grandes montanhas permanecem como um peso morto sobre o povo chinês. Uma é o imperialismo, a outra é o feudalismo. O Partido Comunista Chinês a muito tempo preparou a própria mente pra escavar elas. Nós temos que ser insistentes e trabalhar sem parar até nós, também, tocarmos o coração de Deus. Nosso Deus não é outro além das massas do povo chinês. Se Ele se levantar e escavar com a gente, por quê essas duas montanhas não poderiam sair do nosso caminho?”(5)
Esse espírito da Energia do Povo foi retratados também numa música popular dos tempos do Grande Salto:
“O sorriso se espalha por todos os nossos rostos enquanto nós cantamos,
Determinados em seguir a Linha Geral;
Trabalhar duro, trabalhar firme, e trabalhar ainda mais duro,
Tomando frente em todo trabalho que você faz.
O futuro maravilhoso em nossa frente
Nos faz feliz até em sonhos.” (6)
As massas podiam ser capazes de fazer de tudo:
“De todas as coisas do Mundo, o Povo é a mais preciosa. Sob a liderança do Partido comunista, enquantou houver Povo, todo tipo de milagre pode ser feito.” (7)
A cosmologia maoísta idolatra o movimento. Há relatos de que Mao disse uma vez que não existe nada pior que um lago parado. Assim é a doutrina maoísta da Revolução Continuada. O Grande Salto, como o nome quer dizer, deveria ser a continuação da Revolução, uma revolução dentro da Revolução. Um movimento revolucionário precisa continuar seu impulso pra frente ou então é derrotado. Os maoístas costumavam descrever o movimento revolucionário em termos militares, como ondas ou batalhas. Mao disse, “revoluções são como batalhas. Depois de uma vitória, nós temos que nos preparar pra enfrentar uma nova tarefa.” “[R]evoluções vêm uma depois da outra.” Se é o tempo certo, é preciso tomar vantagem na situação, não ficar parado. Por isso que os maoístas pensavam que era importante “martelar enquanto o ferro está quente.” (8) O entusiasmo causado pela coletivização do campo no interior obrigou Mao a se mover. Em 1957, era caso de ‘agora ou nunca’.
O tom de voz e a visão maoístas eram diferentes do que os soviéticos adotavam. Um poema anônimo de 72 linhas, “Uma Comuna Popular é realmente Grande” refletiu o espírito do Grande Salto:
“Agora o presidente Mao nos faz outro chamado:
As Comunas são o melhor pra um e pra todos;
O melhor pro Estado e pra todos;
Com grandes passos pra frente nós corremos!
Fortalecer a propriedade coletiva,
Colocar os outros em primeiro lugar – sem vacilar!
Nosso espírito coletivo sobe de uma vez,
Venceremos em tudo que nós tentarmos.
Apoiar as Comunas, eu declaro,
A divisão do trabalho é justa:
Pra velhos e jovens, pra mim e pra você,
Terá um trabalho adequado pra fazer.
O quanto for bem a Comuna Popular,
Melhor será a vida que logo teremos;
Camaradas velhos, de cabelo branco, serão jovens outra vez,
E as crianças pularão pelo chão.” (9)
Mesmo sendo escrito pouco depois do Grande Salto, o poema de Mao de 1963 “Resposta ao camarada Guo Moruo” não deixa de expressar o otimismo e o espírito da época:
“Tantas coisas gritando pra ser feitas,
E sempre com urgência;
O Mundo se contorce,
O Tempo se apressa.
Dez mil anos são tão longos,
Tomam o dia, tomam a hora!
Os Quatro Mares se levantam, as Nuvens e a Água enfurecem,
Os cinco continentes se sacodem, o Vento e o Trovão gritam.
Pra longe com todas as pestes!
Nossa força é irresistível!” (10)
Revoluções nunca acontecem sob condições ideais, onde podem ter um sucesso garantido. Revoluções nunca são uma progressão regular do momento de um Modo de Produção até o início de outro. Esse é um dos motivos de Gramsci ter chamado 1917 de Uma Revolta contra “O Capital”, de Karl Marx. As coisas aconteceram muito diferente do que Marx previu. “Você trabalha com o que tem”, diz um ditado americano. Revoluções sempre nascem no meio de tempestades de circunstâncias imperfeitas; não existe uma situação de circunstâncias perfeitas pra uma Revolução. Fazer uma Revolução é medir possibilidades. Mao apostou que as massas pudessem ajudar a fugir das dificultades. Alguns que estavam do lado de Mao alertavam que a China não estava pronta. Ciência Revolucionária, ideologia revolucionária, liberam esse poder com precisão no meio do caos do Mundo, um passo ou alguns passos à frente do ideal imaginado ou regular pra um sucesso. A Energia do Povo preenche espaços vazios. Um meio rural que é “pobre e analfabeto” dá abertura pra intervenção ideológica, permitindo às condições subjetivas suprirem a falta de condições objetivas. O Comunismo Luz-Guiadora, como o Maoísmo era antigamente, é o Marxismo de um Mundo que sempre está bagunçado. Maoístas não ficam esperando pra sempre, esperando um momento perfeito, um momento cósmico que nunca chega, onde as condições objetivas e subjetivas se alinham perfeitamente, astrologicamente. Ciência Revolucionária verdadeira é o Marxismo do Mundo real, não do paraíso.
Comunas Populares do Grande Salto, uma breve introdução
O Grande Salto, pela ideia original pensada por Mao Zedong e teóricos maoístas como Chen Boda, pode ser descrito como a primeira tentativa dos maoístas de fazer a sociedade dar um salto de qualidade no socialismo, sendo parte da “transição pro Comunismo.” (11) As políticas maoístas do Grande Salto procuravam chegar a esse ponto através de um programa de coletivização massiva. Eles queriam reorganizar toda a sociedade em Comunas Populares massivas. A formação de Comunas Populares era a fusão das Fazendas Coletivas em entidades maiores. Quando a primeira Comuna Popular se formou quase espontaneamente em Henan, 1957, Mao proclamou que “esse é um evento extraordinário.” Mao declarou sua aprovação ao nome dado: “O termo ‘Comuna Popular’ é maravilhoso!” (12) O maoísta Chen Boda escreveu “no momento presente, nossa tarefa é construir o socialismo… [No entanto,] a intenção inicial da construção das Comunas Populares é acelerar a velocidade da construção socialista.” O Comitê Central proclamou “Nós usamos ativamente a forma da Comuna Popular pra explorar o caminho da prática para chegar ao Comunismo.” (13)(14) Os maoístas queriam se afastar da mentalidade estreita, centralista, burocrática “de cima pra baixo” da União Soviética. Ao contrário, as Comunas Populares deveriam ser a união básica da sociedade. Os maoístas empurraram pra cima o nível dos vilarejos e jogaram pra baixo o nível estatal central. Eles coletivizaram de baixo pra cima, ma descentralizando ao mesmo tempo. Eles praticavam uma organização mais horizontal que a de seus camaradas da era Stalin.
Basicamente, quatro novos tipos de cooperativas vieram a ser o começo do Grande Salto:
“1) O tipo mais difundido era o da Comuna Rural, que incluía em média um pouco menos de 5000 famílias e se era mais parecido com Xiang. (Exemplo, a Comuna Leta em Qingfeng Shien, Honan, desenvolvida de 22 blindados e consistindo em 4.746 famílias, tendo 22.568 membros e mais de 11.250 acres de terra arável. Um total de 53 vilas pertenciam a ele, onde operavam 561 manufaturas (oficinas pequenas, onde se produzem utensílios domésticos, sapatos, ferragens, cerâmicas, carpintaria), bem como 22 estações de criação de gado. Tinha asilos, 22 jardins de infância, e 108 refeitórios.);
2) Comunas urbanas estabelecidas sobre a base de uma zona de cidade. (Exemplo: A Comuna do Oeste de Taikang, em Chengchou, Honan, consistindo de 10.618 famílias, com 37.432 membros, vivendo em 60 ruas. Tinha 54 pequenas fábricas e manufaturas na Comuna. Ela mantinha três escolas de nível fundamental, uma escola vocacional, 49 refeitórios e 107 jardins de infância, mas não tinha asilos.);
3) Comunas urbanas com um pouco de agricultura, estabelecidas sobre a base de uma grande fábrica. (Exemplo: A Comuna da indústria têxtil-maquinária de Changjou, Honan, consistindo – sem falar dos 10.559 camponeses dos subúrbios que eram responsáveis pelo abastecimento alimentar – de auxiliares e operários da fábrica e seus familiares, que eram ao todo mais de 30.000 pessoas. Ela mantinha algumas escolas de nível fundamental, duas escolas secundárias, e um número incerto de instituições de educação vocacional, além dos refeitórios, jardins de infância, asilos, apartamentos comunitários, um cinema e um hospital.);
4) A Grande Comuna Rural, que foi por certo tempo considerada o objetivo final do movimento das Comunas, mas que, na prática, só foi desenvolvido em muito poucos casos. (Exemplo: A Comuna do interior de Xushui, em Hunan, que abrangia 283 vilas, junto com outras 20 em Xiang, abrigando 64.640 famílias, 314.444 pessoas. Seu “Exército de Trabalhadores” militarmente organizados consistia em 65.181 homens e 52.622 mulheres. Cerca de 135.000 acres de terra arável estavam disponíveis. A Comuna mantinha 2.400 manufaturas de tamanhos diferentes, 1.498 refeitórios, 374 jardins de infância e 75 creches. Além disso, tinha um número desconhecido de escolas, salões de dança, alguns cinemas e um teatro.)” (15)
Contudo, esses modelos poderiam não ser estáticos. As Comunas passariam por algumas mudanças estruturais ao longo do tempo que vai do Grande Salto até a Revolução Cultural. Depois das falhas do Grande Salto, as Comunas foram colocadas de lado. Apesar disso, tempos depois, elas foram revividas durante a Revolução Cultural, mas com algumas diferenças importantes.
Os maoístas praticavam experiências sociais nas Comunas Populares. As massas chinesas, operários, camponeses, estudantes, mulheres e jovens participaram da Política como nunca antes. Como parte disso, os maoístas promoviam mobilizações de massa disciplinadas e campanhas ideológicas. Um espírito de altruísmo, de sacrifício, de “Servir ao Povo”, foi promovido. Os líderes eram encorajados a ter mais contato com o povo, trabalhando ao lado dele como nunca antes. Os maoístas promoveram um maior contato entre os altos líderes e as bases, incluindo “exposições massivas de opiniões e debates.”
A vida diária era coletivizada e militarizada. As refeições agora eram preparadas em cozinhas coletivas. A comunidade comia toda reunida em salões de jantar. Isso, junto com as creches e os asilos, libertou tanto as mulheres que permitiu a elas tomar parte da vida coletiva e da militarização. As mulheres e os jovens aumentaram a participação deles no fortalecimento do processo revolucionário, como consequência. (16) (17) Toda manhã, os camponeses se alinhavam como militares pra marchar em direção ao campo. A construção do socialismo era descrita em termos marciais. Mao disse, “Um espírito verdadeiro de comunismo vem quando você ergue um grande exército popular.” (18) (19) Em 1º de Julho de 1958, Chen Boda publicou um artigo no Bandeira Vermelha, o jornal teórico do Partido. O artigo tinha intenção de encorajar os operários e camponeses a formarem milícias populares, como parte das Comunas Populares. Mao Zedong passeiou pelo interior de Heibei, Shandong e Henan elogiando a formação de batalhões e pelotões. Por causa disso, foi através das Comunas Populares que eles experimentaram novos modelos de defesa, que as barreiras de gênero foram quebradas, que a vida humana pôde ser diversificada de maneiras importantes, que a linha entre cidadão e soldado ficou cada vez mais fina. (20)(21)
Outro experimento social começou em 1958, quando os Maoístas implantaram o sistema de abastecimento livre, uma tentativa de eliminar o dinheiro e fazer os bens disponíveis irem para o povo sem custos, sob uma base limitada. Muitas comunas aboliram o uso do dinheiro. Em 23 de Agosto de 1958, Mao manifestou desprezo pelo sistema de incentivo material do governo Stalin:
“Com uma sobra dos cereais nós podemos implantar o sistema de abastecimento… O socialismo que nós estamos construindo agora faz germinar as sementes de comunismo, trazendo comida gratuita pra todos: Se nós pudermos dar comida de graça, isso será uma grande transformação. Eu imagino que daqui a dez anos a comida vai ser abundante, os níveis morais vão ser altos. Nós podemos começar o comunismo com a comida, as roupas e a moradia. Cantinas coletivas, comida de graça, isso é comunismo!” (22)
Assim como eles tentaram eliminar as diferenças entre cidade e campo, eles também tentaram eliminar outras diferenças tradicionais:
“Diferenças entre operários e camponeses, entre cidade e campo, bem como trabalho mental e manual – as heranças da velha sociedade que não podiam, mas continuaram existindo no período socialista – vão desaparecer gradualmente; as heranças dos direitos burgueses injustos que refletem essas diferenças também vão desaparecer gradualmente.” (23)
Assim como a política de “Caminhar sobre duas pernas” tentou ajudar a acabar com a contradição entre cidade e campo, outras práticas foram feitas com a mesma inspiração. Os comunistas queriam eliminar as diferenças industrializando as comunas rurais e ruralizando as cidades, movendo a produção agrícola pra dentro delas também. A educação e os serviços sociais foram movidos pras áreas rurais. Um novo tipo de universidades foi promovido pra que “um novo tipo de trabalhador multitarefa, educado e tecnicamente especializado, vá pras fazendas.” (24) Os maoístas também tinham intenção de eliminar a contradição entre trabalho mental e manual, entre líderes e liderados, entre “vermelho” e “expert,” dentre outras divisões opressivas que permaneciam no meio do povo. Eles encorajavam as massas a melhorarem a serem o melhor que elas possam, pela educação e pela experiência, pra se fazerem capazes de viver com independência máxima. Os trabalhadores foram ser líderes, cientistas, soldados, escritores, artistas. Os líderes, cientistas, escritores, artistas, foram ser trabalhadores. Os líderes, quadros do partido, intelectuais e artistas tiveram que ir trabalhar junto com as massas. A ideia era simples: fazer alguém sujar as mãos junto com o povo faz ele ter menos chances de virar um corrupto, ter uma tendência menor a abusar do poder que tem sobre os camaradas trabalhadores. (25) (26) (27) (28)
Humanidade Multidimensional ou Unidimensional
A visão de que o socialismo era uma máquina racional era popular entre os revolucionários anteriores aos maoístas. Esse tipo de visão esclaresce conceitos soviéticos sobre socialismo, por exemplo. Junto com essa vistão, tinha também a de que a sociedade seria homogênea e que todo mundo seria uma engrenagem feliz dentro da máquina. Essa mentalidade é associada com a Teoria das Forças Produtivas, uma teoria que logo depois seriam denunciada como contrarrevolucionária durante a Revolução Cultural. Os chineses herdaram essa visão por muito tempo. Até certo ponto, ela pôde ser vista na elevação de mártires revolucionários como Lei Feng, que foi chamado de “O parafuso que nunca enferruja.” (29) Mas, ao mesmo tempo, os maoístas começaram a romper com esse tipo de máquina ideal. Outro conceito de humanidade existiu, que estava alinhado com a concepção original de Marx sobre comunismo, em que as pessoas podiam ter noção de que têm muitos talentos. O conceito de Marx não reduz a experiência [de vida] ideal à simples experiência [de vida] do operário:
“E finalmente, a divisão do trabalho nos oferece o primeiro exemplo de como, enquanto o homem permaneça natural na sociedade, isto é, enquanto existir uma divisão entre interesse particular e interesse comum, enquanto, por causa disso, as atividades não são voluntariamente, mas naturalmente, divididas, as ações do próprio homem viram um poder estranho e oposto a ele, que escraviza ele em vez de ser controlado por ele. Quanto mais forte a distribuição do trabalho acontece, mais cada homem vira uma esfera particular, exclusiva, de uma atividade, vivendo forçado por ela e sem poder escapar. Ele é um caçador, um pescador, um vaqueiro, ou um crítico de alto nível, e deve continar assim, se ele não quiser perder o sustento de seu modo de vida; enquanto em uma sociedade comunista, em que ninguém tem uma única e exclusiva esfera de atividade, mas pode vir a cumprir qualquer tipo de trabalho que quiser, a sociedade regula a produção geral e, por isso, possibilita que eu possa fazer uma coisa hoje e outra amanhã, caçar de manhã, pescar à tarde, tocar o gado no fim da tarde, elaborar críticas depois do jantar, tudo que eu tiver em mente, sem me transformar num eterno caçador, pescador, vaqueiro ou crítico.
Essa obsseção em atividade social, essa consolidação do que nós produzimos pra nós mesmos dentro de um poder objetivo acima de nós, crescendo fora de nosso controle, contrariando nossas expectativas, enlouquecendo nossas contas, é um dos principais fatores do desenvolvimento histórico até agora.” (30)
Um poema chinês de 1963, pouco depois do Grande Salto, celebra de um jeito parecido a diversidade da experiência [de vida] humana:
“Nós trabalhadores podemos cantar,
Nós trabalhadores podemos dançar…
Nós podemos puxar uma enxada.
Nós podemos aprender a dançar, atuar e cantar,
Com a ajuda do Partido nós vamos crescer.” (31)
Ideais misturados e conflitantes lado-a-lado, geralmente em conflitos que não são abertos. O que estava começando era um processo em que os comunistas, com sua visão radical, estavam levando a sociedade para além dos limites estreitos do economismo e do producionismo, que tanto se praticava nas versões anteriores de socialismo. Em suas experiências Comunais controladas pelo povo, igualitárias, descentralizadas, autossuficientes, os maoístas praticavam uma visão de sociedade e de humanidade que começava a romper com a visão de “sociedade como máquina.” A mídia maoísta chegou a publicar artigos com títulos como “Desacreditando a Teoria das ‘Ferramentas Dóceis'” durante a Revolução Cultural. (32) Esse tipo de mentalidade é muito diferente das sociedades unidimensionais, tecnocratas, dóceis, que Herbert Marcuse criticou nos blocos Ocidental e Soviético. O modelo maoísta, imperfeito e confuso como ele é, colocava o comunismo no futuro e também no presente. Os maoístas conseguiram revitalizar o movimento comunista internacional sobre uma base elevada, científica, muito mais inspiradora. No entanto, o Grande Salto pra Frente não conseguiu fazer tudo que foi esperado. Os melhores planos feitos.
[Comuna de Nanjing, a última vila Maoísta da China atual]
http://www.youtube.com/watch?v=bBX4LFjCwLk
Escrito pelo Comandante Luz-Guia Campo Flamejante.
Traduzido pro português por Rivaldo Cardoso Melo.
Notas
1. Wheelwright, E. L. and McFarlane, Bruce. The Chinese Road to Socialism: Economics of Cultural Revolution. Monthly Review Press. USA:1971 (Wheelwright, E. L. and McFarlane, Bruce. O caminho chinês para o socialismo: Economia da Revolução Cultural. Monthly Review Press. Estados Unidos: 1971)
2. Hinton, William. Turning Point in China. Monthly Review Press. USA: 1972 (Hinton, William. Momento decisivo na China. Monthly Review Press. Estados Unidos: 1972)
3. The Red Sun Lights the Road Forward For Tachai. Foreign Language Press. Beijing, China: 1969 p. 66 (O Sol Vermelho ilumina o caminho para Tachai. Impressa de língua estrangeira. Pequim, China: 1969, p. 66)
4. ibid. p. 88
5. Mao Tse-tung. “The Foolish Old Man Who Removed the Mountains” Selected Works of Mao Tse-tung https://www.marxists.org/reference/archive/mao/selected-works/volume-3/mswv3_26.htm (Mao Zedong. “O velho tolo que removeu as montanhas.” Obras selecionadas de Mao Zedong)
6. Wu Wen-tao. “A Visit into the Old Soviet Areas” Chinese Literature Vol 2. Foreign Language Press. China: February, 1959 p. 108 (Wu Wen-Tao. “Uma visita às velhas áreas soviéticas.” Literatura Chinesa Vol. 2. Imprensa de Língua Estrangeira. China: Fevereiro de 1959, p. 108)
7. The Red Sun Lights the Road Forward For Tachai. Foreign Language Press. Beijing, China: 1969 p. 81 (O Sol Vermelho ilumina o caminho para Tachai. Impressa de língua estrangeira. Pequim, China: 1969, p. 81)
8. Meisner, Maurice, Mao’s China and After. The Free Press, Third Edition. USA: 1999 pp. 214-217 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 214-217)
9. Wu Wen-tao. “A Visit into the Old Soviet Areas” Chinese Literature Vol 2. Foreign Language Press. China: February, 1959 p. 109 (Wu Wen-Tao. “Uma visita às velhas áreas soviéticas.” Literatura Chinesa Vol. 2. Imprensa de Língua Estrangeira. China: Fevereiro de 1959, p. 109)
10. Mao Tse-tung. “Reply to Comrade Kuo Mo-Jo” Selected Works of Mao Tse-tung. http://www.marxists.org/reference/archive/mao/selected-works/poems/poems34.htm (Mao Zedong. “Resposta ao camarada Kuo-Jo”. Obras selecionadas de Mao Zedong)
11. Meisner, Maurice, Mao’s China and After. The Free Press, Third Edition. USA: 1999 p. 214 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 214)
12. Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 p. 47 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 47)
13. Joseph, William A. The Critique of Ultra-Leftism in China 1958 – 1981. Stanford University Press, Stanford, California: 1984 pp. 84-85 (Joseph, William A. “A crítica do Ultraesquerdismo na China 1958 – 1981.” Standford University Press, Standford, Califórnia: 1984 pp. 84-85)
14. “Resolution Of The Central Committee Of The Chinese Communist Party On The Establishment Of People’s Communes In The Rural Areas (August 29, 1958)” People’s Communes In China Foreign Language Press Beijing, China: 1958 p. 1 (“Resolução do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre o Estabelecimento das Comunas Populares nas Áreas Rurais (29 de Agosto de 1958).” Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim, China: 1958 p.1)
15. Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada: 1980 p. 29-30 (Domes, Jurgen. “O Socialismo no interior da China.” McGill-Queen’s University Press. Canadá: 1980 p. 29-30)
16. “Greet The Upsurge In Forming People’s Communes Editorial Hongqi no. 7, September 1, 1958)” People’s Communes In China. Foreign Language Press Peking: 1958 pp. 9-11 (“Acolher o fortalecimento na formação das Comunas Populares.” Editorial Hongqi nº 7, 1º de Setembro de 1958. Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958 pp. 9-11)
17. “Tentative Regulations (Draft) Of The Weihsing (Sputnik) People’s Commune (August 7, 1958 People’s Communes In China. Foreign Language Press Peking: 1958 p. 62 (“(Rascunho das) Tentativas de Regulações da Comuna Popular de Weihsing (Sputnik).” 7 de Agosto de 1958. Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958 p.62)
18. Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada: 1980 p. 26 (Domes, Jurgen. “O Socialismo no interior da China.” McGill-Queen’s University Press. Canadá: 1980 p. 26)
19. Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 pp. 48-51 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 48-51)
20. Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada: 1980 p. 26 (Domes, Jurgen. “O Socialismo no interior da China.” McGill-Queen’s University Press. Canadá: 1980 p. 26)
21. Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 pp. 48-51 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 48-51)
22. ibid. pp. 48-49
23. “Greet The Upsurge In Forming People’s Communes Editorial Hongqi no. 7, September 1, 1958)” People’s Communes In China. Foreign Language Press Peking: 1958 pp. 12-13 (“Acolher o fortalecimento na formação das Comunas Populares.” Editorial Hongqi nº 7, 1º de Setembro de 1958. Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958 pp. 12-13)
24. “New-Style University” Beijing Review no. 11. March 12, 1965 p. 30 (“Universidaed de Novo Tipo.” Beijing Review nº 11. 12 de Março de 1965 p. 30)
25. Kao Cheng-sheng “New-Type Urban-Rural Relations In China” Beijing Review no. 13. March 29, 1963 pp. 19-23 (Kao Cheng-Sheng. “Novo tipo de relações urbano-rurais na China.” Beijing Review nº 13. 29 de Março de 1963 pp. 19-23)
26. Hsu Ching-hsien “Training Worker-Writers” Beijing Review no. 18. May 4, 1965 pp. 20-22 (Hsu Ching-hsien. “Treinar Trabalhadores-Escritores.” Beijing Review nº 18. 4 de Maio de 1965 pp. 20-22)
27. “What Agricultural Scientists Envisage” Beijing Review no. 18. May 4, 1965 pp. 22-35 (“O que Cientistas Agrícolas prevêem”. Beijing Review nº 18. 4 de Maio de 1965 pp. 22-35)
28. “Hold High The Red Flag Of People’s Communes And March On” Renmin Ribao Editorial, September 3, 1958 (“Levantar a Bandeira Vermelha das Comunas Populares e Marchar.” Editorial Renmin Ribao. 3 de Setembro de 1958.)
29. http://chineseposters.net/themes/leifeng.php
30. Marx, Karl. The German Ideology http://english.illinoisstate.edu/strickland/495/etexts/german2b.html (Karl Marx. “A Ideologia Alemã.”)
31. “We Workers Can Sing, We Workers Can Dance…” Beijing Review no. 18. May 3, 1963 p. 26 (“Nós trabalhadores podemos cantar, Nós trabalhadores podemos dançar…” Beijing Review nº 18. 3 de Maio de 1963 p. 26)
32. Myrdal, Jan and Kessle, Gun China: The Revolution Continued. Pelican Books: 1973 p. 11 (Myrdal, Jan e Kessle, Gun. “China: A Revolução Continuada.” Pelican Books: 1973 p. 11)