COMEÇA A GRCP, O LEVANTAR DO NOVO PODER E DA NOVA IDEOLOGIA Parte 3

Se levantam os Mares, as Nuvens e as Águas enfurecem

"A produção de grãos sobe igual um rojão" Cartaz chinês do Grande Salto pra Frente retratando as expectativas do país.

“A produção de grãos sobe igual um rojão” Cartaz chinês do Grande Salto pra Frente retratando as expectativas do país.

A Grande Revolução Cultural Proletária começa, China Maoísta de 1958 até 16 de Maio de 1966.

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Parte 3:  http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-3/

Parte 4: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-4/

Parte 5:  http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-5/

Parte 6: http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-6/

Parte 7:  http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-7/

Parte 8:  http://portugues.llco.org/comeca-a-grcp-o-levantar-do-novo-poder-e-da-nova-ideologia-parte-8/

 

(portugues.llco.org)

Os melhores planos feitos: Falhas e Oposição aos Maoístas

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A realidade foi de um grande retrocesso econômico, desastres e fome.

O Grande Salto pra Frente (1958 até 1961) andou por uma perfeita tempestade de problemas. Foram registrados temporais ruins, que não eram frequentes, e devastaram grandes áreas. Quase metade das terras agrícolas chinesas, 150 milhões de acres, foram comprovadamente afetadas pela catástrofe natural. (1) Numa tentativa intencional de sabotar o esforço pela modernização, o soviéticos retiraram toda a ajuda técnica e financeira deles pra China. Os consultores soviéticos deixaram projetos industriais sucatearem quando eles fizeram as malas e saíram, levando também planos técnicos, tudo sob ordens de Moscou. Muitos países ocidentais também impuseram embargos comerciais à China num esforço pra colocar ela aos joelhos deles. Péssimas políticas ambientais levaram a agricultura e a ecologia à ruína. Erros de planejadores e de ativistas da base política minaram a produção. Como se não bastasse, inimigos da Revolução apelaram pra sabotagem escancarada. A burocracia, a falta de transparência, e o idealismo esquerdista frequentemente levavam a erros. Grandes problemas devastaram a indústria e a oferta de alimentos. Muitos problemas eram inevitáveis, independente da ação de ativistas comunistas. Outros erros, pelo contrário, eram muito ligados a falhas humanas. Mesmo que a lembrança do Grande Salto seja uma mistura de acertos e erros, a responsabilidade por esses erros foi um assunto que dominou o cenário político até a Revolução Cultural, que começou mais ou menos uma década depois. A luta sobre como entender corretamente a Era do Grande Salto tinha um papel importante na luta mortal entre Revolução e Contrarrevolução, Comunismo e capitalismo.

Exemplos de problemas na indústria, agricultura e meio-ambiente

mao-famineVários problemas infestavam o Grande Salto. Dentre eles estavam o Entusiasmo exagerado e o Idealismo. Esses erros de querer ir longe demais, rápido demais, foram cometidos originalmente por toda a esquerda do Partido, incluindo Mao Zedong. Porém, com o passar do tempo, novas linhas políticas surgiram, cada uma criando um tipo de problemas, e esse erro, em particular, foi ficando cada vez mais associado com a esquerda Maoísta. Um dos exemplos mais infames de falhas do Grande Salto é a campanha pela produção de aço em fornalhas de fundo de quintal. Isso era parte de um esforço maior, que era o de descentralizar a produção industrial distribuindo ela pelo país. Era parte do esforço pra evitar a produção de centralizada, de capital intensivo. Em muitas outras áreas, a municipalização [talvez nem seja o termo adequado, porque a coisa também era rateiada em comunidades menores, como vilarejos e Comunas] e descentralização da produção foi um grande sucesso. Mas esse modelo aplicado à produção siderúrgica, que era parte do esforço de Mao de superar a Inglaterra, fracassou miseravelmente. Ele acabou desperdiçando quantidades absurdas de trabalho e capital. A campanha da fornalha de quintal também produziu grandes impactos ambientais porque florestas foram derrubadas pra virar carvão e forjar aço inútil. Grandes impactos ambientais e desperdício de mão-de-obra também foram o resultado do esforço pra controlar os rios da China. Muito trabalho e capital foi jogado fora na era do Grande Salto e em outros projetos de água que não terminaram bem. Por exemplo, as barragens de Banqiao e Shimantan, em Henan, se romperam catastroficamente em Agosto de 1975. O número exato de mortos é desconhecido, mas estudos variaram de 86.000 a 230.000. Em 1966, metade das 110 represas construídas em Henan entraram em colapso. Em 1973, 554 represas romperam. Em 1980, foram 2.976 represas, inclusive duas de grande tamanho. Esses projetos fracassados fizeram um mal enome não só à vida humana, mas também ao meio-ambiente. A erosão, a sedimentação, e o desflorestamento causados por esse tipo de erro foram imensos. (2) No entanto, a falha mais conhecida do Grande Salto foi a crise na oferta de alimentos. A fome ficou conhecida como os “três anos amargos” de 1960, 1961 e 1962 por muitos dos que viveram neles.

A visão sobre a fome é disputada. Há boas razões pra encarar a versão oficial sobre a fome com grande ceticismo. Os registros da época são incompletos e inconfiáveis. (3) O Partido Comunista Chinês soube reescrever a história pra servir aos seus interesses políticos à medida que variavam. Durante a queda do regime Maoísta, os oponentes dele tiveram bons motivos pra exagerar as falhas do Grande Salto. O regime Deng Xiaoping, nos anos 1980, repudiou as políticas maoístas anteriores a ele como parte do esforço de restaurar o capitalismo. Naquele tempo, uma Conferência de Pequim para países do Leste Europeu estimou que as mortes por inanição [fome] da época chegaram a 70 milhões. (4) Outros estimam em 40 Milhões. (5) Do outro lado, uma estimativa feita em 1959 por Tan Jenlin, que apoiava o Grande Salto, colocava o número de famintos em 5 Milhões, com 70.000 chegando à morte. Jou Enlai, ao mesmo tempo, estimou as mortes em cerca de 120.000. (6) Seguramente, estes números menores estão subestimando. Uma afirmação, feita pelo melhor estudioso das políticas agrícolas chinesas, marca que nenhuma medição abaixo de 10 Milhões parece acreditável. (7) Ao olhar esses números, é importante lembrar da gigantesca população chinesa. Nos tempos do Grande Salto, se pensa hoje a população chinesa era de 800 milhões [, mais de duas vezes e meia o número de pessoas que vive hoje em países de língua portuguesa].

imagem-150x300As falhas do Grande Salto são frequentemente usadas pra ofender o socialismo por inteiro no imaginário popular. Sejam quais forem as falhas do socialismo, é importante não ficar cego pela propaganda capitalista. É importante manter um senso de perspectiva. Os problemas que a China enfrentou à medida que se modernizava não eram diferentes daqueles encarados por outras sociedades, que não eram socialistas. A Índia, por exemplo, com uma economia capitalista e uma população que só era menor que a chinesa, sofreu de maneira parecida por falta de alimentação adequada. Mesmo durante a crise de alimentos do Grande Salto da China, ela ainda estava numa situação melhor que a Índia. (8) Com todas as falhas, o socialismo se saiu melhor que sociedades capitalistas em condições parecidas. Mesmo com os erros deles, a União Soviética e a China, em suas épocas de socialismo, superaram o desenvolvimento capitalista. É justamente por isso que, mesmo com a crise de alimentos do Grande Salto, os comunistas resolveram o problema da fome na China. Da mesma forma, o socialismo soviético resolveu suas questões alimentares por completo apesar de uma fome parecida associada com a coletivização de lá. Tanto a China prerrevolucionária como o Império Czarista tiveram uma longa história de fomes frequentes e previsíveis, e que foram superadas pela modernização socialista. Ao contrário, a Índia, um país capitalista gigantesco com problemas alimentares freqüentes, tinha uma população de muitos, muitos milhões que viviam no fio da navalha, entre a vida e a morte. Mesmo hoje, a Índia capitalista tem grandes problemas de suprimento alimentar pro seu povo. Frequentemente, as pessoas que criticam o Grande Salto não conseguem lembrar de seus países, sua própria história.

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É importante entender esses eventos com a visão mais ampla possível sobre o papel deles na história. Muitos problemas acompanharam o esforço chinês pela modernização. O mesmo aconteceu na União Soviética. Industrialização é um processo sangrento. Em termos de modernização, o socialismo conseguiu em poucas décadas o que o capitalismo levou séculos pra atingir. O socialismo usou do genocídio de povos indígenas de um continente inteiro pra fazer fortunas, ao contrário dos Estados Unidos e da Europa Ocidental. O desenvolvimento socialista não dependeu da exploração e da pilhagem de todo o mundo colonial, nem do sistema brutal de escravidão das américas. Com todas as falhas que teve, o socialismo cresceu com uma explosão de tecnologia e prosperidade. As forças produtivas floresciam ao mesmo tempo em que as relações sociais eram revolucionadas por linhas igualitárias. A produção foi pras alturas. A expectativa de vida dobrou. A educação pública e a alfabetização foram até pessoas e comunidades que por toda a vida só recebiam desprezo. Redes de segurança foram criadas pela sociedade. O pobres tinham poder. As mulheres foram libertadas das correntes do tradicionalismo. A coletivização moeu o patriarcado tradicional através da educação, do ativismo político, da participação na economia, da transformação das mulheres em trabalhadoras, soldadas das milícias, líderes. O socialismo do século 20, mesmo com todos os erros dele, criou as sociedades mais grandiosas, mais avançadas, igualitárias e justas da era moderna. Pra todas as coisas, nós aplicamos ciência verdadeira, Comunismo Luz-Guiadora. Nós aproveitamos tudo de bom, e rejeitamos tudo que for ruim. É importante aprender com o passado pra evitar que os mesmos erram sejam repetidos. É nosso dever servir ao povo verdade, não ficção. Só a luz-guiadora da Verdade ilumina o caminho pra frente.

Oposição no começo do Grande Salto

Bem no começinho, Mao Zedong ficou por trás do topo da liderança do Partido. Mao fez palestras improvisadas, bem no início, em Nanning, 1956, que definiram as metas e agendas do Grande Salto. Mao trouxe o secretariado pras províncias/estados onde o otimismo e o radicalismo de esquerda ressoavam. Ele fez isso [pra conservar mais o entusiasmo do momento,] em vez de chamar o pessoal do interior pra capital, Pequim, pra participar de sessões mais formais, como as do Conselho de Estado. (9) Se ele trouxesse os ativistas pra Pequim, isso poderia deixar eles expostos pra uma parte da liderança que era contra a direção maoísta. Isso era parte da estratégia de Mao de se esquivar dos oponentes dele na burocracia central do Partido e do Estado. [Essa] estratégia de Mao foi vista na criação das Comunas Populares, que foram o coração da agricultura e da revolução social do Grande Salto.

chin2Nos últimos meses anteriores à formação das Comunas Populares em 1958, se iniciou dentro do Partido uma luta entre alas de direita e de esquerda. À direita estavam muitos líderes que comandavam a economia. Por exemplo, o chefe da Comissão de Planejamento Estatal Li Fuchun, o Ministro das Finanças Li Xiannian, e o chefe da Comissão Econômica Estatal Bo Yibo, todos foram contra o Grande Salto no começo. Jou Enlai teve um papel que ele sabia fazer muito bem. Desde o início do Grande Salto, ele ficou contra as ideias de esquerda, mas continuando leal a Mao Zedong e aos funcionários de Mao até o fim. (10) À esquerda estavam Mao Zedong [por enquanto], Chen Boda, e, [também] por certo tempo, Liu Shaoqi – apesar de ele mudar de lado em pouco tempo e liderar a oposição aos maoístas. Liu Shaoqi, uma década depois, na Revolução Cultural, seria apelidado pelos maoístas como “O Número 1 na Condução pro capitalismo.” Os direitistas preferiam adotar um passo mais devagar e uma estratégia de capital intensivo pro desenvolvimento. Ao contrário, os esquerdistas preferiam avançar a coletivização e a autossuficiência [num plano] onde as indústrias regionais deveriam ser financiadas com os recursos das próprias comunidades agrícolas pra aliviar o orçamento nacional. O primeiro Vice-presidente Chen Yun fez ataques duros e diretos contra os radicais, “essas pessoas que querem um avanço imprudente e imediato.” (11) A direita valorizava o consumo em vez do sacrifício. Eles defendiam os limites colocados sobre o desenvolvimento por “condições objetivas” insuportáveis. A esquerda defendia “resultados econômicos maiores, mais rápidos, melhores e por mais vezes.” A esquerda engrandecia o “estusiasmo revolucionário” e o fator humano. Além disso, ela procurava chegar a níveis mais altos de coletivização, combinar as cooperativas existentes em unidades maiores que fossem, mesmo assim, descentralizadas. Essas unidades maiores seriam transformadas em Comunas Populares. Pesquisas realizadas até Setembro de 1958 mostraram uma média de 4797 famílias por Comuna. Em um padrão que Mao Zedong repetiria depois no começo da Revolução Cultural, ele burlou a máquina burocrática do Partido e do Estado. Ao invés de seguir através dos canais burocráticos, Mao assegurou primeiro o apoio aos secretários das províncias/estados nas conferências regionais dos primeiros meses de 1958. Mao contornou as autoridades centrais desenvolvendo a estratégia dele diretamentes pros quadros de níveis mais baixos. Contudo, mesmo nos níveis mais próximos da base os esforços de Mao não deixaram de ver oposição. O Ministro da Defesa Peng Dehuai disse que o Presidente falava em “resultados econômicos maiores, mais rápidos, melhores e por mais vezes” como se ele estivesse “entoando cânticos e orações.” A direita fazia avisos contra a Teoria de Saltos de Mao Zedong. (12) (13) (14) (15) Apesar disso, a questão seria rapidamente resolvida. Seguindo os planos de Mao, a liderança provençal/estadual se adiantaram no movimento rumo às maiores coletivizações. Eles foram longe com a unificação das pequenas cooperativas em Comunas Populares maiores. Eles fizeram isso antes mesmo de receber permissão de qualquer autoridade central do Partido. A formação das primeiras comunas foi feita com enorme entusiasmo de ativistas locais, da base. Por isso que Mao foi capaz de apresentar as comunas ao comando do Partido como um fato consumado. Chen Boda introduziu primeiro a palavra “Comunas” em 1º de Julho de 1958. (16) (17) Depois, Mao fez comentários de aprovação sobre as Comunas, “as Comunas Populares são boas,” colocando em marcha um movimento do tamanho de um furacão, proporções nacionais, semiespontâneo, pela formação de mais e mais Comunas. Com os aliados dele na liderança provençal/estadual, Mao Zedong teve a capacidade de se esquivar de sua oposição conservadora, direitista, concentrada nas burocracias centrais. No inverno de 1958, Mao venceu sobre a maior parte da liderança do Partido. As políticas decididas entre 1957 e 1958 ficaram conhecidas como as Três Bandeiras Vermelhas:

“(1) a ‘Linha Geral de Construção Socialista’, introduzindo o desenvolvimento simultâneo da indústria e da agricultura pelo uso simultâneo de modos de produção modernos e tradicionais;
(2) o ‘Grande Salto pra Frente,’ com que a República Popular da China vai ‘atingir e ultrapassar’ a produção per capita da indústria pesada da Grã-Bretânia dentro de 15 anos, portanto, em 1972, e;
(3) o estabelecimento de Comunas Populares, que são grandes terras rurais coletivas organizadas com o dever de ajudar na ampla coletivação da vida no interior.”

Os elementos mais importantes dessas políticas podem ser resumidos:

“(1) a indústria e a agricultura devem ser desenvolvidos simultaneamente, e em igual marcha.
(2) pra fazer isso, o uso simultâneo de tecnologias modernas e técnicas de produção tradicionais devem ser promovidos.
(3) O Planejamento e a administração da agricultura e da indústria local foram descentralizados a nível Xiang pra criar um número maior de unidades econômicas relativamente autônomas, e ao mesmo tempo aliviar o orçamento nacional de investimentos.
(4) Sempre que possível, o uso de capital de investimentos será substituído pela mobilização massiva de mão-de-obra.
(5) A força-motora dessa mobilização deve servir primeiramente à mudança de consciência popular através das campanhas de massa.
(6) A formação de grandes cooperativas rurais deve criar condições organizacionais pra política de mobilizações.” (18)

"Desenvolver a produção industrial e agrícola; simultaneamente produzir o desenvolvimento industrial e agrícola."

“Desenvolver a produção industrial e agrícola; simultaneamente produzir o desenvolvimento industrial e agrícola.”

As políticas esquerdistas foram contrariadas bem no início, em 1956. À medida que Mao conseguia aprovar suas políticas em 1958, a oposição dele frequentemente cedia, se alinhava com ele, ou era desprezada. Um bom exemplo disso é Jou Enlai, que mesmo sendo certamente opositor da linha esquerdista em particular, era um sujeito leal a Mao Zedong que trabalhou pra assegurar que a obtenção de grãos fluísse mesmo nos momentos que o Grande Salto enfrentava mais dificuldade. (19) À medida que o Grande Salto enfrentava mais e mais dificuldades, a oposição de Mao voltava com muita força. Liu Shaoqi foi um bom exemplo. Ele foi um dos apoiadores-chaves de Mao na Segunda Plenária do Oitavo Congresso do Partido (20) O Presidente Liu Shaoqi ecoou a afirmação de Mao de que a China poderia ultrapassar a Grã-Bretânia na produção de ferro, aço e outros produtos industriais. Jang Guojong, mencionando Mao, anunciou em uma série de conferências de 1958 que o comunismo poderia ser alcançado em 1963. Em uma reunião de julho pra milhares de ativistas do Partido em Shandong, Mao elogiou a promessa de chegar ao Comunismo nos anos 1960: “Esse documento é bom mesmo, é um poema, e parece que ele pode ser feito.” Em Julho daquele ano, Liu Shaoqi disse que “A China em breve iria entrar no Comunismo; não vai levar muito tempo, muitos de vocês ainda vão poder ver isso.” (21) No dia do Ano Novo de 1958, o Diário do Povo publicou um editorial aprovado por Liu Shaoqi: “Vá longe e Mire pro Alto!” (22) Conforme o Grande Salto passava dificuldade, muitos, inclusive Liu Shaoqi, mudavam de tom. A oposição retornava, e a cabeça dela terminou sendo o próprio Liu Shaoqi.

Aqueles que apoiaram o Grande Salto fizeram isso por motivos diferentes, às vezes misturados. Alguns viam ele como se oferecesse um modelo de desenvolvimento diferente do soviético. Por isso, pra certas pessoas, o Grande Salto um caminho fora do paternalismo soviético. Apesar de retirar seu apoio não muito depois, Liu Shaoqi inicialmente apoiou o Grande Salto principalmente como uma maneira de acelerar o desenvolvimento, uma maneira de impulsionar a China pra prosperidade industrial e consumista. Isso mostra que o apoio ao Grande Salto não é incompatível com uma versão esquerdista da Teoria das Forças Produtivas. Mao Zedong, com o foco dele em superar a produção de aço inglesa, expressava esse sentimento às vezes. Num futuro próximo, a Teoria Maoísta se desenvolveu durante a Revolução Cultural, o Grande Salto veio a representar basicamente a luta de classes, cultura revolucionária, mobilizações de massa, experimentos sociais etc. Por essa Teoria, da Revolução Cultural, o Grande Salto foi em primeiro lugar um meio de chegar ao Comunismo, e só em segundo lugar um meio de modernização. Muito depois disso tudo, na metade dos anos 1970, à medida que as idéias Maoístas perdiam respeito dentro do Partido, os [antigos] maoístas tentavam se afastar dos excessos esquerdistas do Grande Salto. Tanto Liu Shaoqi como o maoísta Chen Boda viraram bodes-expiatórios por terem espalhado “O vento Comunista” em um artigo famoso, mas sem ingenuidade, de Jang Chunqiao, que apoiou pessoalmente com vontade própria e discursos as linhas de ultra-esquerda, como a de expandir o movimento das Comunas até as áreas urbanas. (23) A liderança, fosse maoísta ou não-maoísta, perseguiu metas que não eram realistas. Mesmo o Grande Salto tendo muitas falhas [feitas pelos dois lados], a direita e os revisionistas aproveitaram esses erros pra rejeitar os aspectos positivos do Grande Salto e também os acertos comunistas. Apesar de que os maoístas chegaram a admitir os excessos, eles se esforçaram pra prevenir que os revisionistas pudessem qualquer falha dessas pra fazer ataques contra o Comunismo por inteiro, defendendo a volta do capitalismo em seguida. Por isso que o Grande Salto continuou sendo um assunto polêmico nos debates chineses por vários anos, chegando até à Revolução Cultural.

Lushan, Oposição, Reversão, Armistício

Prédio onde aconteceu a Conferência de Lushan, em Jiangxi, no sudeste da China. Foi aí a primeira vez que críticas políticas públicas resultaram em conflito aberto entre líderes políticos.

Prédio onde aconteceu a Conferência de Lushan, em Jiangxi, no sudeste da China. Foi aí a primeira vez que críticas políticas públicas resultaram em conflito aberto entre líderes políticos.

Enquanto os problemas da indústria e da oferta de alimentos cresciam, as críticas às políticas esquerdistas estouravam. Elas chegaram a novas alturas durante a Conferência de Lushan, que foram de Julho a Agosto de 1959, sendo uma reunião extendida do Politburo e também Oitava Plenária Comitê Central. Mao Zedong e o radicalismo de esquerda foram duramente criticados pelos revisionistas e direitistas, especialmente por Peng Dehuai, Ministro da Defesa na época. Peng Dehuai fez críticas à Mao Zedong que faziam paralelo com as críticas feitas pelos soviéticos naquele momento. Peng Dehuai criticou o radicalismo maoísta como sendo fanatismo irresponsável, pequeno-burguês. Outros, como Li Yunjong, que era Diretor Adjunto da Secretaria de Infraestrutura da Comissão de Planejamento Estatal, expressaram opiniões similares. O problema não eram as críticas por si mesmas, enquanto servissem só pra direita formar seu bando, uma facção que fizesse oposição secreta à linha esquerdista. (24) [O problema é que] Até mesmo alguns maoístas como o escritor-fantasma e secretário leal de Mao Zedong, Chen Boda, que foi um dos principais arquitetos do impulso radical, questionaram a continuação das políticas esquerdistas naquele tempo. Mesmo Chen Boda, que se lançaria depois como um democrata radical defensor do direito de falar contra a liderança, defendeu a discordância de Peng Dehuai – uma coisa que, pelo que foi registrado que Chen Boda disse, Mao Zedong nunca perdoou que ele fizesse. (25)(26) Mao rejeitou as críticas de Peng Dehuai. Em vez de mudar de direção e unir o Partido, Mao enfiou o dedo nas feridas. Em resposta a Peng Dehuai, Mao ameaçou “ir pro interior liderar os camponeses pra derrubar o governo. Se os seus [homens]  no Exército de Libertação não me seguirem, então eu vou e encontro um Exército Vermelho, e organizo outro Exército de Libertação.” Alguns quadros se perguntaram em voz alta se o velho Mao estava perdendo o autocontrole. (27) Mao foi forçado a fazer autocrítica sobre alguns erros do Grande Salto, mas encontrar “entusiasmo de massa pelo comunismo” no meio do campesinato [foi considerado] ser positivo. Os conflitos em [Conferência de] Lushan levaram a mudanças maiores na liderança. Por suas críticas a Mao Zedong, Peng Dehuai foi deposto como Ministro da Defesa. No lugar dele entrou Lin Biao, que era aliado de Mao. Apesar de a direita não perceber isso naquela ocasião, a subida de Lin Biao pra posição de Ministro da Defesa foi uma grande vitória pros maoístas enfraquecidos. Como Ministro da Defesa, Lin Biao teve um papel maior, de importância-chave na vingança dos Maoístas durante a Revolução Cultural que viria.

Peng Dehuai, trazido acorrentado pra Pequim pela Guarda Vermelha, onde foi humilhado e, segundo testemunhos, torturado.

Peng Dehuai, trazido acorrentado pra Pequim pela Guarda Vermelha, onde foi humilhado e, segundo testemunhos, torturado.

Mesmo assim, a posição de Mao estava enfraquecendo durante e depois de Lushan. Eventualmente, algumas explicações pra fome apareciam. A explicação dos maoístas era a de que [os erros de] o Grande Salto eram 70% desastres naturais, 30% falhas humanas. Liu Shaoqi fez um discurso fez um discurso que rejeitava a versão maoísta de que a principal razão dos problemas eram desastres naturais. Liu Shaoqi argumentou que o mau tempo só afetou o país em parte e os desastres feitos pelo homem afetaram no todo. Liu Shaoqi começou a se mover pra exonerar [de culpa] e trazer de volta aqueles ativistas que se opuseram ao Grande Salto desde o início. A explicação de Liu Shaoqi de que os desastres naturais foram responsáveis por 30% dos problemas e os erros humanos por 70% se tornou popular dentro do partido. Há relatos de que Mao disse que o discurso de Liu Shaoqi abandonou um ponto de vista de classe e era por si só “um desastre.” Lin Biao deu uma visão muito diferente. A posição de Lin Biao era a de que os problemas apareceram porque não seguiram o Pensamento Mao Zedong o bastante. O centrista e aliado de Mao Hua Guofeng, que era secretário de Xiangtan em Hunan e chegaria a ser Presidente da República depois da morte de Mao em 1976, fez um discurso em que admitia os problemas e a incapacidade de seguir adiante com grandes projetos, mas rejeitava a descoletivização. (28) Consta em registros históricos que
Mao aprovou a explicação de Hua sobre os eventos.

Mao criticou aqueles que “vacilam em tempos de crise e mostram falta de decisões firmes nas grandes tempestades da história.” (29) Mao estava correto em criticar o pessimismo de seus críticos, mesmo ele estando errado em fazer oposição silenciosa. Chegar ao comunismo não é o tipo de coisa que acontece sem nenhum problema. Afinal de contas, estamos nos levantando contra milhares de anos de desigualdades entranhadas na sociedade e na cultura. O avanço revolucionário acontece em ondas. E, ir muito longe, muito rápido, é parte do processo de aprendizado. Mao expressou esse sentimento, repetido de Heráclito pra Karl Marx, de que “o desequilíbrio é normal e absoluto enquanto que o equilíbrio é temporário e relativo.” (30) Outra vez: “não existe nada pior que uma lagoa parada.” Como o teórico Chen Boda dava a entender, o Pensamento Maoísta soa um tom jacobino porque abraça mudanças extremas, radicais, e conflitos como parte do processo de seguir em frente. (31) Alguns maoístas, especialmente Chen Boda, chegavam a ver os problemas como resultado de não ir longe o bastante, não ficar firme o bastante pra aguentar todas as dificuldades.

Na Conferência de Lushan, Mao descreveu a situação como a de “grandes conquistas, numerosos problemas, e um futuro brilhante,” mas nem todos concordaram. (32) Em 16 de Agosto de 1959, Mao escreveu “As origens da metralhadora, do Morteiro, e de outras armas.” Nesse documento importante, Mao descreveu a disputa em Lushan como “uma continuação de uma luta de vida-e-morte entre duas classes contraditórias, o proletariado e a burguesia, durante o processo de Revolução Socialista nos dez anos passados.” Mao declarou que essa luta poderia continuar pela outra metade do século. (33) Duas facções conflitantes apareceram nesse período: uma comunista e uma capitalista. Os revisionistas, [que eram] os capitalistas, eram aqueles que respondem às dificuldades do Grande Salto com esforços pra reduzir o impulso radical, e, finalmente, reverter os ganhos socialistas que foram conseguidos, pra chegar, enfim, a restaurar o capitalismo. Foi durante os debates em 1961 e 1962 que a maioria dos civis do aparato do Partido, sob o comando de Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, revisaram as políticas esquerdistas. Um bloco revisionista direitista se ergueu com uma plataforma unificada pra se opor a Mao Zedong. Em 26 ou 27 de Janeiro de 1962, Liu Shaoqi fez um pronunciamento em que ele dizia que os problemas do Grande Salto não foram causados por “desviadores direitistas”, mas por “esquerdistas questionáveis,” “aventureiros.”

"Socialismo para os ricos, capitalismo para os pobres."

“Socialismo para os ricos, capitalismo para os pobres.”

A descoletivização e a privatização começaram de forma limitada. Esforços foram feitos pra desmantelar as Comunas até um ponto em que elas fossem só uma sombra do que antes eram. Unidades menores – a Brigada de Produção, que eram agregados familiares rurais e individuais (pequenas propriedades), não a Comuna original – foram reconhecidas como unidade básica de produção. Em 1962, Liu Shaoqi exigiu uma descoletivização ainda maior, em que a garantia de produção fosse trocada pela pequena propriedade rural e chamada de “permissão renovada pra produção individual.” O impulso pra baixo continuou. Pouco depois, em junho de 1962, o Bandeira Vermelha (jornal teórico do PC Chinês) revelou que a garantia de produção foi substituída da Brigada de Produção pro Time de Produção menor, sendo este a nova unidade básica pra contagem. Isso seria descrito depois como “uma tempestade de produção individual.” Liu Shaoqi e Deng Xiaoping resumiram suas propostas como “Três liberdades, uma garantia.” Isso significava: 1. Aumentar a porção de terra privada; 2. Expandir a atividade das ocupações de famílias livres; e 3. Aumentar o número de “mercados coletivos” pro livre comércio. “Uma garantia” queria dizer Descoletivização, um retorno à produção tradicional, através da troca da Garantia de Produção pela propriedade rural. (34)

As desigualdades e o incentivo material foram reintroduzidos. A produção privada aumentou. A propriedade privada aumentou. Os mercados foram reintroduzidos. O pagar pra ter um pedaço foi reintroduzido. As mobilizações políticas de massa foram reduzidas. A militância juvenil retirada progressivamente. A Liga Jovem Comunista, antes vista como os líderes do futuro, era descrita como “dormente” em 1964. Se fazia menos recrutamento de sangue novo no Partido, especialmente de camponeses e pobres. (35) (36) (37) A elite do Partido reduziu a educação pública, a saúde, e os serviços sociais que tinham crescido durante o Grande Salto. Os Revisionistas – especialmente através de Lu Dingyi, chefe do Departamento de Propaganda – criticavam desde 1959 o modelo educacional maoísta, com seu gosto em promover a Autodeterminação, o igualitarismo e a educação ideológica. (38) Mesmo em pleno Grande Salto Deng Xiaoping alertava contra a valorização do trabalho manual e da “popularização” sobre a avaliação técnica. Lu Dingyi alertava sobre padrões decadentes durante o Grande Salto. Ele criticava a descentralização das escolas meio-agrícolas, meio-didáticas. Ele alertava que elas criavam “desordem, dano e desvios.” Liu Shaoqi promovia um sistema de duas vias. Uma via levava às escolas de tempo integral acadêmicas e vocacionais, outra via levava a escolas de trabalho-estudo, de horas-vagas. As matrículas caíram. Vagas reservadas pra crianças na educação primária caíram 30% em 1965 e 1966, poucos anos antes da Revolução Cultural. As políticas maoístas, que favoreciam os pobres e os marginalizados, foram colacadas de lado pra favorecer a promoção da perícia. O Ministro da Educação declarou que as escolas não deveriam fundar departamentos políticos. Escolas tinham que colocar o trabalho acadêmico sobre todo o resto. A transformação do sistema de educação chinês pôde ser descrita como a passagem de um “estadismo desigualitário” do período pré-Grande Salto para as tentativas maoístas de criar uma Nova Humanidade igualitária nos anos do Grande Salto e da Revolução Cultural até chegar ao “economismo desigualitário” do período pós-maoísta. Vários artigos apareceram nesse período citando textos de Confúcio (antigo filósofo do feudalismo chinês, com discurso tão elitista e justificado em metafísica que fazia muito gosto dos monarcas da época, sendo a maior voz da cultura dominante). A obra de Liu Shaoqi “Sobre o Autocultivo do membro do Partido Comunista,” originalmente escrito em 1939, foi reproduzido com 60 milhões de cópias. O texto foi redigido com pesadas influências de enfoques confucianos clássicos sobre a educação e a vida. (39) Esse elitismo tradicionalista era muito contrário ao igualitarismo radical dos maoístas e do ideal do Grande Salto. Escolas e clínicas foram fechadas no começo dos anos 1960. As desigualdades do sistema educacional no começo dos anos 1960, que foram revertidas antes disso pelo Grande Salto, foram maiores que na década passada. Isso afetou especialmente o campesinato e os pobres das cidades. (40) À medida que a Revolução Cultural se aproximava em julho de 1964 (LEMBRE QUE NINGUÉM TEM COMO PREVER EXATAMENTE SE E QUANDO COMEÇA OUTRA REVOLUÇÃO), Mao Zedong se queixava do esquecimento do ideal de igualitarismo, sonho que estavam abandonando desde os anos do Grande Salto:

“Diga ao Ministro da Saúde Pública que isso funciona só pra 50% da população, e que desses 50% só os senhores conseguiam serviço de verdade. As amplas massas de camponeses não têm tratamento médico. O Ministério da Saúde Pública não é isso pro povo; seria melhor se ele mudasse de nome pra Ministério da Saúde Urbana… ou Ministério da Saúde de Senhores Urbanos.” (41)

tiananmensquarenowA China de hoje é o resultado de uma longa luta entre revisionistas e maoístas. Política e ideologia eram desprezadas pelos revisionistas. A tecnocracia burguesa foi elevada sobre os ideais revolucionários. No campo da cultura, quando servia a eles, os revisionistas favoreciam o liberalismo e o humanismo como uma cacetada contra os maoístas. Outros revisionistas favoreciam um tradicionalismo, especialmente o autoritarismo de tipo confuciano, da mesma categoria que é abraçada pelos revisionistas que comandam a China hoje. Em contraste, os maoístas se esforçavam pra derrubar as dificuldades do Grande Salto, e do socialismo em geral, continuando o movimento pra frente, continuando o avanço rumo ao Comunismo ainda que por novos caminhos. Os maoístas procuravam preservar os ganhos igualitários dos anos passados. Eles tentavam preservar alguns aspectos das Comunas. Eles continuaram a engrandecer a importância das mobilizações de massa, luta de classes, ideologia, e experimento social. Eles continuaram promovendo a cultura revolucionária sobre outras formas de arte. Os maoístas defendiam que os problemas dos anos passados, do Grande Salto, seriam muito maiores sem os programas igualitários.

O escorregão de volta ao capitalismo total foi temporariamente paralizado no final do Grande Salto. Os maoístas foram capazes de preservar alguns aspectos de “As três Bandeiras Vermelhas,” que eram a Linha Geral do Partido (desenvolvimento simultâneo da agricultura e da indústria), o Grande Salto pra Frente (aumentar a produção industrial per capita até superar a Grã-Bretânia em 1972), e as Comunas Populares. Por causa dos problemas do Grande Salto, os maoístas perderam controle significante de parte do Partido Comunista; eles perderam controle sobre a direção geral da sociedade. Eles  perderam controle sobre a Economia e a Cultura a nível burocrático dentro do Partido e do Estado. As Comunas foram diminuídas e passaram por alguns reajustes. Já no começo de 1958, a campanha por mais Comunas urbanas foi interrompida. (42) Em muitos lugares, essas Comunas só existiam no nome. Mesmo que os maoístas fossem capazes de paralisar a completa liquidação da  economia coletiva pelos revisionistas na Décima Plenária da Oitava (Reunião) do Comitê Central, que aconteceu em Pequim de 24 a 27 de Setembro de 1962, muito dano foi feito. (43) As “Comunas Populares” agora tinham diferenças significantes do conceito maoísta original, de 1958:

“(1) O nome ‘Comuna Popular’ é mantido como um termo pra cidade anterior (Xiang) e a menor unidade da administração pública, mas sua unidade de administração e direção de produção foi removida.
(2) O princípio da propriedade privada foi introduzido de novo pra uma área limitada; a propriedade coletiva é distribuída pelos três níveis da Comuna, Brigada e Time de Produção, com prioridade definitiva dada à propriedade do time.
(3) A coletivização da vida foi abolida; a vida do indivíduo toma lugar outra vez na família.
(4) A remuneração é distribuída de novo seguindo, em geral, o princípio do (premiar o) sucesso; chega até mesmo a ser distribuída apenas sobre essa base.
(5) O Time de Produção sozinho decide sobre todas as questões de planejamento e controle da produção agrícola; brigadas e Comunas chegam a assumir apenas papéis de coordenação.” (44)

Liu Shaoqi sendo homenageado em apresentação chinesa.

Liu Shaoqi sendo homenageado em apresentação chinesa.

Depois de muito cabo-de-guerra, um compromisso foi firmado sobre como governar depois do Grande Salto. Os revisionistas, liderados pelo Presidente Liu Shaoqi e seus aliados, agora eram uma “primeira linha” da liderança que comandava a burocracia e ditava as operações de Estado do dia-a-dia. Liu Shaoqi, Jou Enlai e Deng Xiaoping procuraram a aprovação de Mao pra restauração do Pequeno Grupo pra Finança Central e Economia, encabeçado por Chen Yun. Essa instituição tinha sido abolida por Mao tempos atrás. A reinstalação de Chen Yun, que advogava a abolição das Comunas Populares, foi especialmente humilhante pra Mao porque Chen Yun sofreu pesadas críticas de Mao em 1956. Economistas revisionistas que advogavam a produção privada na agricultura foram promovidos pra altas posições no trabalho econômico e financeiro. (45) (46) O compromisso que sobrou pra Mao foi o de ser uma “segunda linha” da liderança, que se dedicava apenas com ideologia e teoria. A “segunda linha” deveria se preocupar apenas com a Grande Imagem, não com o dia-a-dia. Mao sacarsticamente reclamou que ele foi repelido pela burocracia pra ficar com o status de um “Buda de barro,” um símbolo de autoridade e reverência, mas sem poderes verdadeiros. (47) Mesmo assim, pelo Culto à Personalidade, Mao e seus seguidores continuaram a ter enorme prestígio e influência sobre as massas a nível de bases e os quadros de baixa hierarquia do Partido. Eles tiveram a capacidade de usar o poder que ainda tinham conservado pra parar o escorregão capitalista. A política de reajuste de 1959 a 1961, imposta pelos revisionistas, especialmente pelo presidente Liu Shaoqi e pelo vice-presidente Deng Xiaoping, não juntaram força o bastante pra fazer as profundas reformas necessárias à restauração capitalista completa. Durante os anos que se seguiram depois do Grande Salto, mas antes da Revolução Cultural, de 1962 a 1965, um acordo difícil e instável foi mantido entre as facções maoísta e revisionista à medida que elas preparavam suas forças pras lutas de vida-e-morte da década seguinte. Liu Shaoqi, Deng Xiaoping, Jou Enlai, Chen Yun, Bo Yibo, Peng Jen, Li Fuchun, Li Xiannian, Jou Yang e Lu Dingyi coletivamente tomaram controle sobre a maior parte da burocracia. A mídia refletia a situação contraditória. Em 1963, tanto a inovação tecnológica e a modernização, assuntos favoritos dos revisionistas, como a economia coletiva maoísta, incluindo as Comunas Populares, eram promovidas pela mídia. (48) (49) Nesse momento histórico, os debates sobre o futuro da China incendiavam nos bastidores. Esses debates se espalhavam pelo público frequentemente nas esferas da política cultural e nas coberturas (jornalísticas e políticas) de eventos no bloco soviético. Essas discussões eram ricas de conteúdo alegórico. A mídia, através de alguns artigos sobre a Yugoslávia e a União Soviética, criticava aqueles que imaginavam a Revolução apenas como a nacionalização da produção: “…eles aumentaram o passo da campanha propagandística deles pra e iludir o povo, dizendo que o capitalismo de hoje não é o mesmo capitalismo de ontem, e que ele mudou pra ‘capitalismo do povo,’ ‘estado de bem-estar,’ dentre outros.” (50) (51) (52) (53) (54) (55) Os dois lados reuniram suas forças. Os conflitos cresciam, normalmente sem nenhum lado ser capaz de vencer decisivamente. Nas várias lutas desses anos entre o Grande Salto e a Revolução Cultural, de 1962 a 1965, nem os maoístas e nem os revisionistas puderam dar o golpe decisivo.

Movimento Educaional Socialista, as Quatro Limpezas

Esse impasse se refletiu nos resultados do Movimento Educacional Socialista. No final de 1962, pra evitar novos escorregões capitalistas, Mao iniciou o Movimento Educacional Socialista. Essa campanha (tempos depois, “As Quatro Limpezas”) faria sua presença de várias formas dentro do início da Revolução Cultural. Em maio de 1963, o “Rascunho da Resolução do Comitê Central sobre alguns problemas do trabalho rural” ou “Primeiros Dez Pontos” apontavam pras duas maiores preocupações conectadas com a campanha: o declínio das Comunas e a burocratização do Partido. A Resolução também era focada na corrupção e em outras preocupações. Foi recomendado que a forma de resolver esses problemas seria “colocar as massas em movimento” através da organização dos “camponeses pobres e de classe média-baixa.” A solução maoísta era Luta de Classes renovada, principalmente Luta de Classes no interior. E, pra combater a burocratização e a corrupção, uma nova campanha de reeducação ideológica foi aperfeiçoada. (56) A expressão mais ambiciosa do Movimento Educacional Socialista encontrou certa expressão na mídia:

“Quanto aos ricos camponeses, no entanto, a força do hábito deles como pequenos produtores é mais forte e eles têm um senso de apropriação privada assentado mais profundamente, e então a tendência espontaneamente capitalista deles, que é contra a Economia Coletiva Socialista, vai invariavelmente encontrar expressão de um jeito ou de outro. Quando a oportunidade se apresentar, eles vão tentar se separar da estrada socialista pra pegar a estrada capitalista.

A Luta de Classes entre Proletariado e Burguesia e a luta entre estradas socialista e capitalista vai durar por todo o período histórico da Revolução Proletária e da Ditadura do Proletariado, por todo o período histórico da transição do capitalismo pro Comunismo. A educação do campesinato é, portanto, uma tarefa importante.” (57)

E:

“O que significa ‘Cultura e arte a serviço do interior’? Significa avançar ampliar a educação do campesinato em ideias socialistas, em coletivismo e patriotismo por meio dos trabalhos literários revolucionários e das atividades culturais, e então os camponeses vão poder ser liderados pra seguir a estrada socialista e fazer seu caminho por ela com muito mais determinação. Isso também vai ajudar os camponeses a se livrar da influência das velhas ideias e hábitos e trocar elas por novas ideias e novos costumes. Isso é dizer que usar uma cultura ajustada [ao povo] é uma maneira de ajudar a promover a Revolução Cultural e a Revolução Técnica em nossas comunidades rurais… Uma luta intensa está acontecendo agora no interior entre o velho e o novo.” (58)

Triunfos do tipo Grande Salto continuavam sendo publicados na mídia:

“Agora, o analfabetismo foi eliminado; um sistema de escolas regulares foi estabelecido e, a poucos anos atrás, o número de camponeses educados em suas regiões cresceu vigorosamente. Em adição, grande número de estudantes jovens educados nas cidades retornaram aos seus vilarejos de origem e um número enorme de trabalhadores e empregados educados veio das cidades pra reforçar o trabalho nas Comunas Rurais. Tudo isso provocou uma grande melhora no nível educacional geral dos vilarejos. No futuro… vai ter um aumento ainda mais rápido do nível educacional.” (59)

sleeping-bureaucratOs esforços maoístas pra continuar a ofensiva encontraram resistência da burocracia do Partido. Dois documentos adicionais apareceram. Um veio a ser chamado “Últimos Dez Pontos,” que foi elaborado pelo vice-presidente Deng Xiaoping em setembro de 1963. Enquanto os maoístas deliravam com o modelo de Comuna de 1958, o documento de setembro enfatizava a política de reajuste e defendia a transferência de lotes privados pros camponeses e o estabelecimento de mercados livres. (60) O outro, “Dez Pontos Recém-Revisados,” foi publicado pelo presidente Liu Shaoqi em Setembro de 1964. Apesar de esses documentos citarem Mao Zedong, eles eram contrários ao caminho de Mao. O aparato do Partido queria controlar com força e limitar a visão do movimento. Eles tentaram usar a campanha pra reforçar a própria autoridade local. Eles fizeram isso tomando o controle da campanha de Mao a nível local despachando “Times de Trabalho” compostos de pequenos grupos de quadros de fora das regiões onde atuavam, sendo organizados por órgãos superiores do Partido. Entre eles se incluiam também “camponeses de classe média-alta,” aqueles que tinham terras antes do movimento de reforma agrária, como parte do protagonista ativo da campanha. Muitos das velhas elites se casaram com quadros do Partido, adquirindo assim poder de volta. Ao passo em que Mao via soluções nas massas, o presidente Liu Shaoqi enfatizava os baixos níveis culturais delas e seu potencial limitado. Tudo isso ajudou a amortecer as Lutas de Classe no interior. Essas atitudes preveniram a campanha de se desenvolver como um genuíno movimento de massas. Os Times de Trabalho procuraram manter os quadros de baixa-hierarquia alinhados com a burocracia do Partido, não com Mao. Como o topo da liderança não pôde concordar sobre qual caminho seria o apropriado, o Partido se ficou com uma imagem conflitante. Por isso que a campanha não atingiu as metas maoístas e nem os revisionistas foram capazes de usar ela pra consolidar completamente a disciplina deles ao Partido a nível de base partidária. Quando Mao viajou em 1963 pra conseguir apoio pra campanha, ele encontrou pouco entusiasmo no meio dos quadros. Ele se queixou em Maio de 1963 que só dois oficiais nas onze províncias/estados mencionaram o movimento. (61) Resultados conflitantes similares foram vistos em outras áreas de luta. Por exemplo, ocorreram resultados conflitantes nas Campanhas pela Retificação do Mundo Cultural nesses anos. Tempos depois, numa conferência de 1965, Mao criticou esses resultados. Ele recomendou: “Nós temos que desacorrentar as massa com ousadia.” Mao Zedong ampliou as metas do Movimento Educacional Socialista no interior pra ser um movimento por “Política limpas, economia limpa, organização limpa e ideologia limpa,” pelas Quatro Limpezas. Por conta disso, Mao apontou energicamente pra necessidade de enlarguecer as intenções da Campanha pra incluir a própria sociedade, inclusive o Partido. Mao definiu metas pra campanha mais altas. (62) (63) (64) Esses resultados conflitantes representavam, como um presságio, a tempestade que estava por vir. Em Janeiro de 1965, Mao criticou Liu Shaoqi em algumas vezes nas Reuniões Centrais de Trabalho. Em 13 de Janeiro, Mao perguntou aos líderes provençais/estaduais o que eles fariam se o revisionismo aparecesse dentro da liderança central. “O que vocês fariam se o revisionismo aparecesse dentro do Comitê Central?” Mao começou a preparar aqueles que estavam com ele. Não muito depois, Mao chamou Kang Sheng pra se preparar pra “atacar o Comitê Central.” (65)

Ao mesmo tempo, a estrela de Mao estava caindo, e a do presidente Liu Shaoqi estava subindo. Desde o Grande Salto, o prestígio de Liu Shaoqi no meio da burocracia estava crescendo. Desde 1963, o ensaio de Liu Shaoqi “Como ser um bom Comunista” era republicado e circulava em forma de panfleto. O livro dele representava a visão dos maiores burocratas e elites do Partido. O presidente Liu Shaoqi promovia valores tradicionais confucianos mascarados por uma retórica marxista. Ele promovia virtudes de obediência aos superiores e disciplina a qualquer custo. Essas ideias eram muito diferentes do pensamento criativo, populista, igualitário, de Mao Zedong. A visão tradicionalista do presidente Liu Shaoqi também ecoava e repousava sobre a visão e o tom do revisionismo que surgiu na União Soviética, especialmente aqueles do final da Segunda Guerra Mundial e da morte de Stalin. Os pensamentos de Liu Shaoqi podem ser parafraseados com o ditado inglês de “Não sacuda o barco.” Mao [por sua vez] ia contra o status quo com [o lema] “Se rebelar é justo!” No inverno de 1965, a mídia que era controlada pelo Departamento de Propaganda do Comitê Central, que estava na mão dos revisionistas, começou a se referir ao “Presidente Liu.” Apesar de que houveram usos anteriores dessa forma abreviada desde 1959, o Presidente de Estado Liu Shaoqi era normalmente referido pelo termo mais comprido “Presidente da República Popular da China.” Essa forma abreviada foi criada pra aumentar o prestígio de Liu Shaoqi e estimular seu próprio Culto à Personalidade pra rivalizar com o de Mao. “Presidente Liu” foi feito pra competir com o “Presidente Mao.” Esse uso ficou mais e mais frequente nas publicações do Partido. Nos comícios, a imagem do “Presidente Liu” era colocada ao lado da de Mao mais e mais [vezes]. Em 1º de Outubro de 1965, em um comício de massa pelo feriado nacional, foi registrado que militantes marchavam carregando muitos retratos do “Presidente Liu” assim como eles fizeram com Mao. (66) (67) Um correspondente japonês noticiou no começo da Revolução Cultural:

“No último inverno, quando eu estive em Pequim, eu vi que a fotos de Mao estavam descendo gradualmente pelas ruas, e quando eu visitei o Quartel-General da Liga Juvenil Comunista em Outubro do ano passado, os membros de seu CC não iam além de tocar na ideologia de Mao. Uma tendência a colocar Mao Zedong de lado estava constantemente permeando o PC Chinês.” (68)

Em Obras Escolhidas do Presidente Liu Shaoqi, os últimos 3 volumes consistem em declarações feitas entre 1958 e 1962, enquanto o último maior artigo de Mao foi “Sobre a condução correta das Contradições no seio do povo” anterior a isso, em 1957. (69) Apesar de o volume 4 de Obras Selecionadas de Mao Zedong ter sido compilado depois do Grande Salto, os artigos no volume são de um período anterior que se estende do fim da última guerra civil até a fundação da República Popular da China. As ideias do presidente Liu Shaoqi se apresentavam como sendo mais recentes, e elas estavam se espalhando. Depois do Grande Salto, Mao reclamava que ele agora era tratado pelo Partido como um “antepassado morto.” Mao criticava o vice-presidente Deng Xiaoping e os revisionistas. Depois ele se lembrava, “de 1959 até o presente ele nunca me consultou sobre qualquer coisa no todo.” (70) (71) Mao estava sendo empurrado pro fundo, transformado em um símbolo vazio, um figura estadista velha. Ele, e o radicalismo maoísta, estavam sendo abandonados enquanto as políticas do presidente Liu Shaoqi estavam tomando o palco central.

th-2Em reação a isso, Mao começou a falar em tons mais e mais militantes. Mao foi pra ofensiva. Em vez de ver as contradições como não-antagônicas, que poderiam ser resolvidas dentro do sistema, Mao começou a ver essas contradições como antagônicas, e que só poderiam ser resolvidas através da Revolução. Em outras palavras, o que estava se formando não era um conflito entre amigos, entre dois campos proletários, comunistas. O que estava se formando era um conflito entre amigos e inimigos, um conflito entre comunistas e capitalistas. Mao criticou a burocracia como sendo:

“…com medo das massas, com medo das massas que falam sobre eles, com medo das massas que criticam eles… Tem uns camaradas que estão com medo de as massas iniciarem discussões e colocarem ideias avançadas que divergem daquelas dos líderes e das organizações dirigentes. À medida que os problemas são discutidos eles suprimem o ativismo das massas e não deixam os outros falarem. Essa atitude é extremamente maldosa.”

Mao alertou:

“As classes reacionárias que foram derrubadas continuam planejando um regresso.”

E:

“Tem umas pessoas que adotam o disfarce de membros do Partido Comunista, mas eles de jeito nenhum representam a classe trabalhadora – em vez disso, eles representam a burguesia. Nem tudo é puro dentro do Partido.” (72)

E, em 1965, no início da Revolução Cultural, Mao afirmou:

“O ponto-chave desse movimento [Educacional Socialista] é corrigir aquelas pessoas em posição de autoridade dentro do Partido que seguem a estrada capitalista, e progressivamente consolidar o front de batalha socialista nas áreas rurais e urbanas. Daquelas pessoas em autoridade no Partido que vão pela estrada capitalista, algumas estão nos níveis menores e outras estão nos níveis maiores…” (73)

De novo, em 1965:

“A classe burocrática é uma classe em oposição extrema à classe trabalhadora e aos pobres e aos camponeses [de classes]médio-baixos. Como podem essas pessoas que se tornaram ou estão em processo de transformação em elementos burgueses sugardores do sangue do povo ser corretamente reconhecidas? Essas pessoas são o objetivo da luta, o objetivo da Revolução.” (74)

corrup_o_iiiA tempestade não passou despercebida pelo premiê Jou Enlai, que se equilibrava sobre o muro entre Mao e o presidente Liu Shaoqi. Até ele expressou profunda tristeza pelas políticas de Liu Shaoqi no Terceiro Congresso Popular Nacional, em 1964. Ele zombou da política revisionista como sendo de “Três reconciliações e uma redução”: reconciliação com o imperialismo capitalista, com o social-imperialismo e com a reaçãom e redução da ajuda às guerras de libertação nacional. (75) Mesmo com os maoístas perdendo a influência deles sobre a elite do Partido, Mao Zedong continuou contando com o enorme apoio popular das massas. E os maoístas conquistaram uma grande vitória quando eles conseguiram o controle sobre o Exército Popular de Libertação pela nomeação do maoísta Lin Biao pra Ministro da Defesa durante o Grande Salto, em 1959. Isso permitiu aos maoístas politizar os militares, fazendo das forças armadas a base institucional deles. Pequenos combates continuaram acontecendo entre maoístas e revisionistas por todo o começo dos anos 1960, mas esses conflitos não explodiram até a Revolução Cultural que viria em seguida. Os dois campos foram preparados pro ataque à medida que a metade da década de 1960 se aproximava. Os maoístas começavam a alertar pro perigo da restauração capitalista. Os alertas deles provaram ser verdadeiros. O período da Revolução Cultural virou a segunda maior tentativa dos maoístas de seguir adiante rumo ao comunismo. Eles fizeram inovações importantes desde o Grande Salto. Outra vez, os maoístas empenharam suas energias em Luta de Classes, Experimento Social, mobilizações de massa, democratização, igualitarismo, altruísmo, uma Revolução na cultura. Eles se esforçaram pra reprogramar e reorganizar toda a sociedade pra avançar a Revolução em direção ao Comunismo. Os maoístas declararam que a sociedade tem que “continuar a Revolução sob a ditadura do proletariado .” Eles já tinham aprendido importantes lições com os erros do Grande Salto. O que veio da Revolução Cultural compartilhou muitas semelhanças com o impulso maoísta do Grande Salto, mas evitando muitos erros do passado. Enquanto os maoístas se esforçavam pra seguir em frente, outros, os capitalistas, os revisionistas, tentavam rodar a roda da história pra trás. A tensão social cresceu, às vezes chegando ao derramamento de sangue. Só um futuro seria possível: Comunismo ou capitalismo, revolução mundial ou imperialismo. A Revolução Cultural foi uma batalha entre esses dois futuros. Apesar de ela ter ficado longe da perfeição, foi a mobilização de massas pelo Comunismo mais dinâmica, criativa, que o mundo já viu. Essas mobilizações radicais e experimentos sociais tocaram as vidas de um quarto da população mundial. Mesmo assim, a Revolução Cultural terminou derrotada.

Escrito pelo Comandante Luz-Guia Campo Flamejante
Traduzido pro português por Rivaldo Cardoso Melo.

Notas
1.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p.  46 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 46)
2.    Shapiro, Judith. Mao’s War Against Nature: Politics and the Environment in Revolutionary China. Cambridge University Press, USA:1991. pp. 63-64 (Saphiro, Judith. “Guerra de Mao contra a Natureza: Política e Meio-Ambiente na China Revolucionária”. Imprensa Universitária de Cambridge, EUA: 1991. pp. 63-64)
3.    Ball, Joseph. “Did Mao Really Kill Millions in the Great Leap Forward?” http://llco.org/did-mao-really-kill-millions-in-the-great-leap-forward/ (Ball. Joseph. “Mao realmente matou milhões no Grande Salto pra frente?”)
4.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p.  47 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 47)
5.    http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Chinese_Famine
6.    Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 p.89 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 89)
7.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p.  47 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 47)
8.    MC5. “Great Leap Distortions Uncovered.” Maoist Internationalist Movement. 2000 http://www.prisoncensorship.info/archive/etext/bookstore/books/china/macfarquhar.html (MC5. “Distorções do Grande Salto descobertas.” Movimento Internacional Maoísta. 2000)
9.    Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 p.21 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 21)
10.    ibid.
11.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p. 22 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 22)
12.    “Resolution Of The Central Committee Of The Chinese Communist Party On The Establishment Of People’s Communes In The Rural Areas (August 29, 1958)” People’s Communes In China (Foreign Language Press Peking: 1958) p. 1 (“Resolução do Comitê Central do Partido Comunista da China sobre o Estabelecimento das Comunas Populares nas Áreas Rurais (29 de Agosto de 1958).” Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim, China: 1958 p.1)
13.    “Greet The Upsurge In Forming People’s Communes (Editorial Hongqi no. 7, September 1, 1958)” People’s Communes In China (Foreign Language Press Peking: 1958) pp. 12-13 (“Acolher o Fortalecimento na Formação das Comunas Populares (Editorial Hongqi no. 7, 1º de Setembro de 1958)” Comunas Populares na China (Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958)” pp. 12-13)
14.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p. 24 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 24)
15.    ibid. p. 27
16.    “Greet The Upsurge In Forming People’s Communes (Editorial Hongqi no. 7, September 1, 1958)” People’s Communes In China (Foreign Language Press Peking: 1958) pp. 9-11 (“Acolher o Fortalecimento na Formação das Comunas Populares (Editorial Hongqi no. 7, 1º de Setembro de 1958)” Comunas Populares na China (Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958)” pp. 9-11)
17.    “Tentative Regulations (Draft) Of The Weihsing (Sputnik) People’s Commune (August 7, 1958 People’s Communes In China (Foreign Language Press Peking: 1958) p. 62 (“(Rascunho das) Tentativas de Regulações da Comuna Popular de Weihsing (Sputnik).” 7 de Agosto de 1958. Comunas Populares na China. Imprensa de Língua Estrangeira. Pequim: 1958 p.62)
18.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 pp. 24-25 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 24-25)
19.    Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 p. 78 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 78)
20.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p. 24 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 24)
21.    Dikotter, Frank. Mao’s Great Famine. Walker Publishing Company, New York, USA: 2010 p. 49 (Dikotter, Frank. “A Grande Fome de Mao.” Walter Publishing Company: Nova Iorque, Estados Unidos: 2010 p. 49)
22.    ibid. p. 15
23.    Zhang Chunqiao. “On Exercising All-Round Dictatorship over the Bourgeoisie” https://www.marxists.org/reference/archive/zhang/1975/x01/x01.htm (Jang Chunqiao. “Sobre o Exercício da Completa Ditadura sobre a Burguesia”)
24.    Jin Qui. The Culture of Power. Stanford University Press, California, USA: 1999. pp. 50-52 (Jin  Qui. “A Cultura do Poder.” Imprensa Universitária de Stanford. Califórnia, EUA: 1999, pp. 50-52)
25.    Rittenberg, Sidney and Bennett, Amanda. The Man Who Stayed Behind. Simon and Schuster, USA: 1993 p. 248 (Rittenberg, Sidney e Bennett, Amanda. “O Homem que Ficou para Trás.” Simon e Schuster, EUA: 1993, p. 248)
26.    Hughes, Christopher. “Rewriting the Cultural Revolution: From centre to periphery” The China Quarterly 2006 http://www.jstor.org/pss/20192707 (Hughes, Christopher. “Reescrevendo a Revolução Cultural: Do centro pra periferia.” A China Trimestral, 2006)
27.    Rittenberg, Sidney and Bennett, Amanda. The Man Who Stayed Behind. Simon and Schuster, USA: 1993 pp. 249-250 (Rittenberg, Sidney e Bennett, Amanda. “O Homem que Ficou para Trás.” Simon e Schuster, EUA: 1993, p. 249-250)
28.    Li Zhisui The Private Life Of Chairman Mao (Random House, New York, USA: 1995) pp. 386-389 (Li Zhisui. “A vida privada do Presidente Mao.” Random House Nova Iorque, USA: 1995. pp. 386-389)
29.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) p. 232 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 232)
30.    Mao Zedong. “Sixty Points On Working Methods — A Draft Resolution From The Office Of The Centre of the CPC February 2, 1958” Selected Works of Mao Tse-tung http://www.marxists.org/reference/archive/mao/selected-works/volume-8/mswv8_05.htm (Mao Zedong. “Dezesseis pontos sobre métodos de trabalho – Um Esboço de Resolução do Gabinete do Centro do PCC, 2 de Fevereiro de 1958.” Obras Escolhidas de Mao Zedong)
31.    Prairie Fire, Socialism and Reversal in China’s Countryside: From Great Leap to Flying Leap Part 3 of 6 llco.org (2010) (Campo Flamejante. “Socialismo e Reversão no Interior da China: Do Grande Salto pro Salto Voador, parte 3 de 6.” 2010)
32.    Jin Qui. The Culture of Power. Stanford University Press, California, USA: 1999. p. 30 (Jin  Qui. “A Cultura do Poder.” Imprensa Universitária de Stanford. Califórnia, EUA: 1999, p.30)
33.    ibid. p. 34
34.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 pp.52-54 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 52-54)
35.    Han Suyin, Wind In The Tower (Little, Brown And Company, USA: 1976) pp. 236-237 (Han Suyin. “Vento na Torre.” Little, Brown e Compania, EUA: 1976, pp. 236-237)
36.    Then in 1964, as a way to counter Maoist youth policies, the Youth League’s doors were arbitrarily opened up to anyone in a move to flood the organization with elements that opposed radical policies. These moves by the revisionists in the Party elites were aimed to prevent Maoist influence on the youth. This would eventually lead to the Youth League being suspended during the Cultural Revolution in late 1966, only to be revived in 1971. Even so, the Maoists inserted their militant rhetoric at the Ninth Congress of the Youth League on July 8, 1964: “In your work there exist two fundamentally antagonistic lines. One is the Marxist-Leninist line, and the other the modern revisionist line.” See: Han Suyin, Wind In The Tower (Little, Brown And Company, USA: 1976) pp. 236-237 and “Educate The Younger Generation To Be Revolutionaries Forever (Jen Min Jih Pao Editorial, Peking, July 8, 1964)” Chinese Politics edited by Myers, James T., Domes, Jurgen, von Groeling, Erik (University of South Carolina Press: 1986) p. 104

(Então, em 1964, como forma de conter as políticas juvenis maoístas, as portas da Liga Juvenil foram arbitrariamente abertas pra qualquer um em um movimento pra inundar a organização com elementos que eram contra as politicas radicais. Esses movimentos dos revisionistas nas elites do Partdio tinham intenção de evitar a influência maoísta sobre a juventude. Isso levaria finalmente a Liga Juvenil a ser suspensa durante a Revolução Cultural no final de 1966, sendo só revivida em 1971. Mesmo assim, os maoístas inseriram sua retórica militante no 9º Congresso da Liga Juvenil em 8 de Julho de 1964: “Em nosso trabalho existem duas linhas fundamentalmente antagônicas. Uma é a linha marxista-leninista, a outra é a linha revisionista moderna.” Ver: Han Suyin, Vento na Torre (Little, Brown and Company, Estados Unidos: 1976) pp.236-237 e “Educar a geração mais jovem pra ser revolucionários pra sempre (Jen Min Jih Pao Editoral, Pequim, 8 de Julho de 1964)” Políticas Chinesas, editado por Myers, James T., Domes, Jurgens, von Groeling, Eril (Imprensa da Universidade da Carolina do Sul: 1986) p.104)

37.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p. 51 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 51)
38.    Milton, David and Nancy Dall The Wind Will Not Subside (Pantheon Books, USA: 1976) p. 60 (Milton, David e Nancy Dall. “O Vento não vai ceder.” Livros Pantheon, EUA: 1976, p. 60)
39.    Sautman, Barry. “Politicization, Hyperpoliticization, and Depoliticization of Chinese Education” Comparative Education Review, Vol 35, No. 4 (The University of Chicago Press, November, 1991) p. 672-678 (Sautman, Barry. “Politização, Hiperpolitização e Despolitização na Educação Chinesa.” Revista Comparativa de Educação, Vol. 35, No. 4. Imprensa Universitária de Chicago, Novembro de 1991, pp. 672-678)
40.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) p. 270
41.    Han Suyin, Wind In The Tower (Little, Brown And Company, USA: 1976) p. 237 (Han Suyin. “Vento na Torre.” Little, Brown e Compania, EUA: 1976, pp. 237)
42.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p. 39 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 39)
43.    ibid. p. 54
44.    ibid. p. 55
45.    Li Zhisui The Private Life Of Chairman Mao (Random House, New York, USA: 1995) p. 392 (Li Zhisui. “A vida privada do Presidente Mao.” Random House Nova Iorque, USA: 1995. pp. 392)
46.    Jin Qui. The Culture of Power. Stanford University Press, California, USA: 1999. pp. 35-36 (Jin  Qui. “A Cultura do Poder.” Imprensa Universitária de Stanford. Califórnia, EUA: 1999, p.35-36)
47.    Dittmer, Lowell, Liu Shao-ch’i And The Chinese Cultural Revolution (University of California Press, London, England: 1974) pp. 51-53 (Dittmer, Lowell. Liu Shaoqi e a Revolução Cultural Chinesa.” Imprensa Universitária da Califórnia. Londres, Inglaterra: 1974, pp. 51-53)
48.    Wang Wei, “Modernizing Chin’a Agriculture” Beijing Review no. 9 (March 1, 1963) p. 27 (Wang Wei. “Modernizando a Agricultura Chinesa” Revis de Pequim no. 9. 1º de Março de 1963, p 27)
49.    Shambaugh, David. “Deng Xiaoping: The Politician” The China Quarterly No. 135, Special Issue: Deng Xiaoping: An Assessment (Cambridge Universtiy Press September, 1993) p. 477 (Shaumbaugh, David. “Deng Xiaoping: O Político” A China Trimestral No. 135, Assunto Especial: Deng Xiaoping: Uma Avaliação. Imprensa Universitária de Cambridge. Setembro de 1993, p 477)
50.    “The Infamy Of Modern Revisionism” Beijing Review no. 38 (September 21, 1962) pp. 12-13 (“O Infame Revisionismo Moderno” Revista Pequim no. 38. 21 de Setembro de 1962, pp. 12-13)
51.    Huang Fan-chang, “The Hoax Of ‘People’s Capitalism’” (part 1) Beijing Review no. 37 (September 14, 1962) pp. 5-7 (Huang Fan-Chang. “O Embuste do ‘Capitalismo Popular'” Parte 1. Revista Pequim no. 37. 14 de Setembro de 1962, pp. 12-13)
52.    Huang Fan-chang, “The Hoax Of ‘People’s Capitalism’” (part 2) Beijing Review no. 38 (September 21, 1962) pp.15-16 (Huang Fan-Chang. “O Embuste do ‘Capitalismo Popular'” Parte 1. Revista Pequim no. 37. 14 de Setembro de 1962, pp. 15-16)
53.    “The Predatory Nature Of The Yugoslave Revisionists’ ‘Economic Co-operation’” Beijing Review no. 26 (June 28, 1963) pp. 14-16 “A Natureza Predatória da ‘Cooperação Econômica’ dos Revisionistas Yugoslavos” Revista Pequim no. 26. 28 de Junho de 1963, pp. 14-16)
54.    “The Tito Grou’s New Constitution” Beijing Review no. 27 (July 5, 1963) pp. 15-17 (“A Nova Constituição de Tito Grou” Revista Pequim no. 27. 5 de Julho de 1963, p. 15-17)
55.    Sanzo Nosaka, “Modern Revisionism Must Be Refuted” Beijing Review no. 27 (July 5, 1963) pp. 17-18 (Sanzo Nosaka. “O Revisionismo Moderno Deve ser Recuado” Revista Pequim no. 27. 5 de Julho de 1963, pp. 17-18)
56.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) p. 274 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 274)
57.    Kao Cheng-sheng, “New-Type Urban-Rural Relations In China” Beijing Review no. 13 (March 29, 1963) p. 22 (Kao Cheng-Sheng. “Novo tipo de relações urbano-rurais na China.” Beijing Review nº 13. 29 de Março de 1963 pp. 22)
58.    “Socialist Culture For The Countryside” Beijing Review no. 16 (April 19, 1963) pp. 21-22 (“Cultura Socialista pro Interior” Revista Pequim no. 16. 19 de Abril de 1963, pp. 21-22)
59.    “Cultural Life In Rural Honan” Beijing Review no. 16 (April 19, 1963) p. 23 (“A Vida Cultural na Honan Rural” Revista Pequim no. 16. 19 de Abril de 1963, pp. 23)
60.    Domes, Jurgen. Socialism in the Chinese Countryside. McGill-Queen’s University Press. Canada:  1980 p.62 (Domes, Jurgen. “Socialismo no Interior da China”. Imprensa Universitária McGill-Queen. Canadá: 1980, p. 62)
61.    Jin Qui. The Culture of Power. Stanford University Press, California, USA: 1999. p. 38 (Jin  Qui. “A Cultura do Poder.” Imprensa Universitária de Stanford. Califórnia, EUA: 1999, p.38)
62.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) pp.  275-277 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 275-277)
63.    Domes, Jurgan The Internal Politics of China 1949-1972  (Praeger Publishers, USA: 1973) pp. 137-193 (Domes, Jurgen. “As políticas internas da China de 1949-1972”. Praeger Publishers. EUA: 1973, p. 137-193)
64.    Myrdal, Jan and Kessle, Gun China: The Revolution Continued (Pelican Books: 1973) pp. 41-42 (Myrdal, Jan e Kessle, Gun. “China: A Revolução Continuada.” Pelican Books: 1973 pp. 41-42)
65.    Jin Qui. The Culture of Power. Stanford University Press, California, USA: 1999. p.56 (Jin  Qui. “A Cultura do Poder.” Imprensa Universitária de Stanford. Califórnia, EUA: 1999, p.56)
66.    Domes, Jurgan The Internal Politics of China 1949-1972  (Praeger Publishers, USA: 1973) pp. 139-140  (Domes, Jurgan. “As políticas internas da China de 1949-1972”. Praeger Publishers. EUA: 1973, p. 139-140)
67.    Dittmer, Lowell, Liu Shao-ch’i And The Chinese Cultural Revolution (University of California Press, London, England: 1974) pp. 52-53  (Dittmer, Lowell. Liu Shaoqi e a Revolução Cultural Chinesa.” Imprensa Universitária da Califórnia. Londres, Inglaterra: 1974, pp. 52-53)
68.    ibid. pp. 52-53
69.    ibid. pp. 52-53
70.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) pp. 254-256 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 254-256)
71.    Rittenberg, Sidney and Bennett, Amanda. The Man Who Stayed Behind. Simon and Schuster, USA: 1993 p. 252 (Rittenberg, Sidney e Bennett, Amanda. “O Homem que Ficou para Trás.” Simon e Schuster, EUA: 1993, p. 252)
72.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) pp. 257-258 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 257-258)
73.    Dittmer, Lowell, Liu Shao-ch’i And The Chinese Cultural Revolution (University of California Press, London, England: 1974) p. 57 (Dittmer, Lowell. Liu Shaoqi e a Revolução Cultural Chinesa.” Imprensa Universitária da Califórnia. Londres, Inglaterra: 1974, pp. 57)
74.    Meisner, Maurice, Mao’s China and After (The Free Press, Third Edition USA: 1999) pp. 257-258 (Meisner, Maurice. A China de Mao e depois. The Free Press, terceira edição. Estados Unidos: 1999 pp. 257-258)
75.    Dittmer, Lowell, Liu Shao-ch’i And The Chinese Cultural Revolution (University of California Press, London, England: 1974) pp. 58-59 (Dittmer, Lowell. Liu Shaoqi e a Revolução Cultural Chinesa.” Imprensa Universitária da Califórnia. Londres, Inglaterra: 1974, pp. 58-59)

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